Sete dos 45 mil partos previstos nos próximos meses podem registar complicações potencialmente fatais.
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As Nações Unidas estimaram esta quinta-feira que 75 mil grávidas tenham sido afetadas pelo furacão Idai em Moçambique e que 7 mil dos 45 mil partos previstos nos próximos meses possam registar complicações potencialmente fatais.
"Estimamos que mais de 75 mil mulheres grávidas foram afetadas pelo ciclone, com mais de 45 mil partos previstos nos próximos seis meses, 7 mil dos quais poderão registar complicações potencialmente fatais", alertou Andrea Wojnar, representante em Moçambique do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA, na sigla em inglês).
O alerta surge depois de a responsável do UNFPA ter feito uma visita a várias infraestruturas e comunidades no distrito de Dondo, na província de Sofala.
"Vi jovens raparigas em trabalho de parto em enfermarias com buracos enormes no teto, enfermeiras das maternidades e as suas famílias a viveram em tendas no meio da lama próximo de clínicas que ficaram destruídas", descreveu.
"Com pelo menos 35 estruturas de saúde completa ou parcialmente destruídas e com os profissionais de saúde eles próprios desalojados ou atingidos, estamos a trabalhar sem parar com o Governo e com os outros parceiros para restaurar os cuidados neonatais e maternos básicos", acrescentou.
A representante do UNFPA em Moçambique sublinhou a urgência na resposta às grávidas, mas também à generalidade das mulheres e raparigas que enfrentam riscos agravados de doenças sexualmente transmissíveis, violação e violência de género.
Por isso, o UNFPA estimou em mais de 9 milhões de dólares (cerca de 8 milhões de euros) os fundos necessários para fornecer serviços de saúde reprodutiva, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, contracetivos e 'kits' para recolha de provas em caso de violação.
"Estamos preocupados e é uma corrida contra o tempo. O risco de exploração e violência sexual aumenta quando as mulheres e raparigas são deslocadas das suas comunidades e quando o habitual sistema de apoio e proteção colapsa", adiantou Andrea Wojnar.
"Muitas não têm sítios seguros para dormir ou para ir à latrina. Quando lhes falta comida e não conseguem satisfazer necessidades básicas, as mulheres e raparigas podem facilmente ser alvo de predadores e oportunistas", alertou.
Como resposta ao aumento do risco de violência, o UNFPA está a criar espaços seguros onde mulheres e raparigas possam procurar informação, apoio psicológico e ser encaminhadas para serviços médicos ou jurídicos.
"Estamos também a distribuir 'kits de dignidade' que contêm pensos higiénicos, roupa interior, tecidos, sabão, escova e pasta de dentes e um apito de segurança. São artigos muito básicos, mas que promovem a dignidade das mulheres através da higiene e segurança", disse.
Na quarta-feira, a organização moçambicana Fórum Mulher tinha já alertado para a especial vulnerabilidade das mulheres em raparigas em situações de catástrofe, apelando para respostas especificas para este grupo da população.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afetado, registando até ao momento 468 mortos e 1.522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem atualmente em centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira.
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