Progresso para a igualdade de género na política ainda é pequeno e lento.
A agência ONU Mulheres revelou esta quarta-feira que as mulheres ocupam níveis mais altos do poder político no mundo, mais do que nunca, mas o progresso para a igualdade de género na política ainda é pequeno e lento.
Segundo um novo estudo apresentado virtualmente pela ONU Mulheres e União Interparlamentar (UIP), nove mulheres no mundo são chefes de Estado e 13 mulheres lideram Governos, assim com um total de 22 mulheres na liderança política, em 193 Estados.
"Mais do que nunca as mulheres ocupam os níveis mais altos do poder, de acordo com dados de 01 de janeiro de 2021. Testemunhamos que existe um recorde no número de países com mulheres como chefes de Estado ou de Governo, com 22 mulheres", disse Martin Chungong, da UIP, em conferência de imprensa virtual para apresentação do estudo.
As mulheres constituem 25,5% dos deputados em parlamentos em todo o mundo, contra 15% em 2005, o que para a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, "é um progresso, mas muito pequeno e muito lento".
O estudo apresentado pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU) e UIP demonstra que Moçambique e Portugal são os dois únicos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) que têm mais de 40% do parlamento constituído por mulheres deputadas.
Em 250 deputados, Moçambique conta com 106 mulheres, que resulta em 42,4% e coloca o país em 19.º lugar do mundo na representação das mulheres na política, segundo as organizações, que resumiram os dados em tabelas de classificação e um mapa de cores para todo o mundo.
No caso de Portugal, com 92 mulheres em 230 deputados, o resultado é de 40% e a classificação é o 23.º lugar do mundo em igualdade de género na política.
"O que nos preocupa é que na maior parte do mundo ainda é uma norma não eleger mulheres para cargos políticos, o facto de que apenas 22 países são liderados por mulheres e o facto de que a paridade de género nas legislaturas nacionais não poderá ser alcançada antes de 2063 se nos mexermos a este passo", declarou Phumzile Mlambo-Ngcuka.
De acordo com o mapa publicado, apenas três países no mundo têm mais de metade dos lugares de deputados ocupados por mulheres nos seus parlamentos: Ruanda (61,3% de mulheres na câmara baixa do parlamento), Cuba (53,4%) e Emirados Árabes Unidos (50%).
As percentagens permitem fazer a comparação entre países, mas é de referir que Ruanda ocupa o primeiro lugar com 49 mulheres de 80 deputados, enquanto Cuba, que está no segundo lugar, tem 313 mulheres, num total de 586 deputados.
Timor-Leste ocupa o 32.º lugar do mundo, ao contar 38,5% de mulheres no Parlamento Nacional (25 em 65 deputados), seguindo-se Angola em 52.º lugar, com 29,6% ou 65 mulheres em 220 deputados e Cabo Verde em 75.º lugar, com 26,4% de mulheres no parlamento (19 em 72 deputados).
Na categoria de parlamentos com 20% a 24,9% de mulheres, encontram-se São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial, que ocupam as posições 92 e 95 no mundo, respetivamente.
O Brasil e a Guiné-Bissau são os piores classificados. O país da América Latina conta com apenas 15,2% de deputadas mulheres (78 mulheres num total de 513 deputados na Câmara baixa), ficando em 142.º lugar, enquanto a Guiné-Bissau se situa em 149.º lugar do mundo em igualdade de género no parlamento, com 13,7% de mulheres.
Os resultados em todo o mundo sublinham que há uma necessidade de "ações mais robustas para corrigir o desequilíbrio da representação das mulheres", declarou a diretora executiva da ONU Mulheres.
Numa outra tabela incluída no mapa apresentado, a Guiné-Bissau é o único país da CPLP que, segundo a ONU Mulheres, tem metade das posições ministeriais lideradas por mulheres.
Com oito mulheres ministras, de um total de 16 ministérios, a Guiné-Bissau ocupa o 12.º lugar do mundo em igualdade de género nos ministérios, ao lado de quatro outros países com 50%, todos europeus: Andorra, Finlândia, França e Espanha.
Nos países com mais de 50% de ministérios liderados por mulheres destacam-se Nicarágua (58,82%), Áustria, Bélgica e Suécia, cada com mais de 57%, Albânia, Ruanda, Costa Rica e Canadá.
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