Em causa está a importância do trigo na alimentação.
A consultora Oxford Economics Africa disse este domingo que os países do norte de África são os mais afetados pela guerra na Ucrânia pela importância do trigo na alimentação, beneficiando os países exportadores de matérias-primas.
"A guerra entre a Rússia e a Ucrânia vai ter implicações para as economias em todo mundo e os mercados africanos não serão poupados; as disrupções comerciais e a subida dos preços das matérias-primas vão ser sentidas pelos países africanos mais dependentes de importações, mas os exportadores de matérias-primas vão beneficiar dos elevados preços e das novas oportunidades", escrevem os analistas.
Numa nota sobre as consequências económicas para os países africanos, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics África escreve que "a importância das importações da Rússia não é tanto na sua magnitude, mas sim na sua composição", já que as compras africanas à Rússia são essencialmente de cereais, fundamentais na alimentação nestes países.
"A existência de preços altos de cereais num contexto de perda de acesso aos mercados primários pode ter sérias implicações políticas, dado que o custo de vida traduz-se muitas vezes em protestos e manifestações no norte de África, como aconteceu em 1977, quando os 'motins do pão' quase derrubaram o Governo no Egito", escrevem os analistas.
Por outro lado, os exportadores de matérias-primas, como petróleo, carvão ou gás, sairão beneficiados com a exclusão da Rússia dos mercados internacionais, já que os compradores serão forçados a procurar outros vendedores.
"O choque comercial que resulta da subida dos preços das matérias-primas vai beneficiar de forma favorável países como África do Sul, Namíbia ou Moçambique, enquanto os exportadores de hidrocarbonetos também vão beneficiar do preço mais elevado, ainda que as preocupações políticas e os constrangimentos estruturais os impeçam de aproveitarem ao máximo esta circunstância", lê-se na análise, com o título 'Os efeitos de contágio da guerra entre a Rússia e a Ucrânia'.
Apesar da subida dos preços, que levou o trigo a ultrapassar a barreira dos dois dígitos por 'bushel' (medida convencionada para o trigo) na última semana, algo que não ser verificava desde 2003, as economias africanas "podem beneficiar de novas oportunidades de mercado com a degradação das relações entre o Ocidente e a Rússia", lê-se ainda no relatório, que conclui que, apesar de tudo, "as principais implicações para África vão depender fortemente do posicionamento dos países africanos nos mercados globais das matérias-primas".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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