Declaração de pandemia - em 11 de março de 2020 - foi feita três meses após terem sido detetados os primeiros casos de Covid-19.
Um ano depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado a covid-19 como uma pandemia, o número de infetados passou de 120 mil para 120 milhões e um terço da humanidade esteve confinada pelo menos uma vez.
A crise sanitária obrigou o mundo a mudar.
A declaração de pandemia - em 11 de março de 2020 - foi feita três meses após terem sido detetados os primeiros casos de covid-19, em dezembro de 2019, e, desde então, a doença já causou a morte a mais de 2,5 milhões de pessoas.
Dois dias depois de declaração de pandemia, a Europa já era considerada o epicentro da doença, somando um número de casos e de mortes superior ao conjunto do resto do mundo.
Anda se estava em março de 2020 quando vários países começaram a impor confinamentos nacionais, situação inédita em muitos deles desde a Segunda Guerra Mundial.
Em muitos, as restrições provocaram preocupações pela queda abrupta que isso representava: o abismo para as economias mas, em alguns, as memórias fizeram surgir preocupações relativas a liberdades conquistadas a muito custo. E com essas preocupações, surgiram muitas manifestações anti-restrições.
Escolas e comércio fechados, fronteiras encerradas ou controladas, teletrabalho e confinamentos nacionais constituíram o cenário dos meses de março e abril do ano passado.
A queda da economia foi tão forte que, em 19 de março, o Banco Central Europeu anunciou um plano de 750 mil milhões de euros para ajudar a economia da Zona Euro.
No final de março de 2020, o número de infetados chegou a meio milhão de pessoas, com 30 mil mortes a lamentar, e o novo coronavírus não poupava ninguém, nem mesmo o príncipe herdeiro da coroa britânica, que chegou a estar infetado.
Em abril, os números de infetados saltaram de um milhão no início do mês para três milhões no final, mas a Europa começou a reabrir portas enquanto olhava, horrorizada, para os chefes de Estados dos Estados Unidos e do Brasil -- respetivamente, Donald Trump e Jair Bolsonaro -- a desvalorizarem a pandemia enquanto os seus países escalavam rapidamente o 'ranking' de número de infetados.
Com as restrições mais rígidas já levantadas, maio foi tempo de fazer balanços. A Comissão Europeia estimou, nessa altura, uma contração recorde da economia europeia de 7,5% em 2020 e a ONU apontou para uma queda da economia mundial de 3,2%, a maior desde a Grande Depressão de 1929.
As melhoras na Europa não significaram, no entanto, que a pandemia estivesse prestes a acabar. Mudou apenas de epicentro e a região mais afetada passou a ser a América Latina, sobretudo devido ao México e ao Brasil.
Entretanto, com o número mundial de infetados a atingir os cinco milhões, as autoridades começaram a impor o uso obrigatório de máscaras faciais, começando pela aviação, mas passando, em poucos dias, para quase todos os espaços fechados.
O calor trazido pelo mês de junho e o cansaço causado por vários meses de medo e confinamento dificultaram o cumprimento de regras de segurança, nomeadamente a de não juntar muitas pessoas num mesmo local e adotar sempre o distanciamento social.
Enquanto as sociedades civis e os governos discutiam a obrigação de usar aplicações nos telemóveis para fazer rastreio de infetados, o número de casos no mundo atingiu 10 milhões de pessoas e, no início de julho, muitos países admitiram estar a passar por uma segunda vaga da doença.
Novas restrições começaram a ser impostas quando novos surtos detetados - nomeadamente em Espanha, no Reino Unido, em França e em Itália - aumentaram as preocupações de toda a Europa em pleno mês de férias e calor.
Agosto de 2020 foi marcado pela obrigação, imposta em muitos países, de usar máscara facial, e pelo regresso a confinamentos, o que conduziu a novas manifestações, mais controladas pela polícia, mas mais violentas, ou não estivesse a segunda vaga a afetar mais jovens.
No início de setembro, a Europa tentou regressar a uma vida mais normal com o recomeço das aulas, com máscaras faciais obrigatórias e medidas de precaução, mas a "normalidade" não durou muito e a meio do mês já alguns estabelecimentos de ensino começavam a fechar.
Entre avanços e recuos de restrições, começou a "era das vacinas".
No início do mês, a Rússia registou uma vacina chamada Sputnik V, em homenagem ao primeiro satélite soviético lançado em 1957, e a Unicef passou a coordenar uma plataforma criada em conjunto com a OMS para comprar e distribuir vacinas para países pobres, designada como Covax.
Com o número de casos a agravar-se rapidamente e a atingir os 40 milhões de infeções e os 2,5 milhões de mortos, a Europa volta tristemente a confinar a meio de outubro.
Mas no mês seguinte, em novembro, as esperanças voltam a renascer, como o início dos pedidos de aprovações de vacinas e o começo da vacinação nos primeiros dias de dezembro em países como a Rússia, o Reino Unido, Israel ou Estados Unidos.
Antes de o ano acabar, a Europa já está a vacinar o pessoal médico e idosos que viviam em lares.
Perto do Natal, com governos de todo o mundo a preparar medidas especificas para o período das festas, surgiu uma nova estirpe do coronavírus, detetada inicialmente no Reino Unido e considerada muito mais contagiosa.
O novo ano foi olhado com muito otimismo, à medida que as campanhas de vacinação se alastraram mas, poucos dias depois de 2021 ter começado, vários países europeus decidiram prolongar os confinamentos: a Europa atingiu 30 milhões de infetados e a distribuição de vacinas começou a sofrer problemas e a atrasar-se.
Ao mesmo tempo, novas estirpes do coronavírus, detetadas inicialmente no Brasil e na África do Sul, espalharam-se pelo mundo e o número de mortos atingiu dois milhões de pessoas. Tornou-se imprescindível conhecer melhor o "inimigo" e a OMS resolveu enviar uma missão de especialistas à China para investigar a origem do coronavírus.
A entrada no mês de fevereiro deu como garantida a existência de uma terceira vaga de covid-19, com a Espanha e a Itália a disputarem os casos mais alarmantes.
O mundo já somava 2,5 milhões de casos de infeções quando a Covax começa a distribuir vacinas aos países mais pobres, alguns deles de língua oficial portuguesa.
O número de vacinados foi crescendo, mas o uso da vacina da AstraZeneca nos mais idosos foi desaconselhado em vários países, levando a russa Sputnik V a ganhar adeptos.
Com a declaração de pandemia prestes a completar um ano, o número de mortos já está perto de 2,6 milhões de pessoas, contabilizando-se mais de 116,7 milhões casos de infeção. Mas a aproximação da primavera parece trazer nova esperança e o mundo prepara novo desconfinamento para breve.
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