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Pelo menos 10 professores mortos desde 2017 em Cabo Delgado

Província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques terroristas há oito anos.

14 de outubro de 2025 às 13:06

Pelo menos 10 professores foram mortos em oito anos de insurgência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, segundo estimativa apresentada esta terça-feira pela Organização Nacional dos Professores (ONP).

"A estatística nos confirma dez professores mortos por insurgência no período em referência", disse à Lusa Teodoro Muidumbe, secretário-geral da ONP, organização sindical que representa a classe no país.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques terroristas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 5 de outubro de 2017, no distrito da Mocímboa da Praia.

Durante a receção da saudação pelo dia nacional do Professor, na segunda-feira, o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, prestou uma homenagem "especial" aos professores e profissionais da educação, nomeadamente naquela província, que, mesmo em situações "adversas", impostas pelos ataques terroristas em Cabo Delgado, doenças e fenómenos climáticos extremos, "sempre encontram alternativas para garantir que o processo de ensino-aprendizagem não pare".

Em setembro, a Associação Nacional dos Professores de Moçambique (Anapro) repudiou os atos "bárbaros e inaceitáveis" em alegados ataques rebeldes registados em Cabo Delgado, norte do país, com a confirmação da morte de um membro da classe.

"Repudiamos reiteradamente os atos bárbaros e inaceitáveis que atentam contra a dignidade humana e que estão contra um direito fundamental, à vida", referia-se num comunicado da Anapro.

Mencionando um ataque ocorrido em Mocímboa da Praia, em que foram mortas quatro pessoas, aquela associação avançou que existem "relatos confirmados" de um professor morto no local, "ao serviço da pátria, através da educação".

Quase 40 mil pessoas fugiram de seis distritos de Cabo Delgado, e ainda da província vizinha de Nampula, devido ao recrudescimento dos ataques terroristas no norte de Moçambique, segundo o último balanço da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De acordo com o mais recente relatório do terreno daquela agência das Nações Unidas, entre 22 de setembro e 06 de outubro, a escalada de ataques e a insegurança provocada por grupos armados" levou a "novos deslocamentos" - num total de 39.643, equivalente a 12.335 famílias - essencialmente nos distritos de Balama, Mocímboa da Praia, Montepuez e Chiúre, Cabo Delgado, mas também em Memba, província de Nampula.

O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED) contabiliza 6.257 mortos ao fim de oito anos de ataques terroristas em Cabo Delgado, alertando para a instabilidade atual, com o recrudescimento da violência.

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