page view

Populares encontram ossadas humanas em zona atacada em 2024 em Cabo Delgado

Há suspeitas que se tratem de madeireiros artesanais que ali trabalhavam.

04 de novembro de 2025 às 08:24

Populares de Mandava na província moçambicana de Cabo Delgado, relataram esta terça-feira ter encontrado ossadas humanas, alegadamente de quatro pessoas, numa zona do distrito de Muidumbe alvo de ataques de grupos terroristas em 2024.

Segundo as fontes, as ossadas humanas foram encontradas em 01 de novembro nas matas de Lipelwa, próximo a um estaleiro de madeira artesanal, a cerca de 40 quilómetros da sede do distrito de Muidumbe.

"Encontramos ossadas humanas, parece de quatro pessoas", disse uma fonte a partir de Muidumbe.

A população local admite que se tratem de vítimas das incursões dos terroristas registadas naquela região em 2024.

"Terroristas atacavam sempre nestas zonas, porque tem água por perto e canavial", explicou a mesma fonte.

De acordo com as mesmas fontes, há suspeitas que se tratem de madeireiros artesanais que ali trabalhavam.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.

Um levantamento da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, na sigla em inglês), noticiado anteriormente pela Lusa, estima que a província moçambicana de Cabo Delgado registou, pelo menos, 12 eventos violentos entre 13 e 26 de outubro, essencialmente envolvendo extremistas ligados ao Estado Islâmico, provocando 18 mortos entre civis.

De acordo com o mais recente relatório da ACLED, dos 2.236 eventos violentos registados desde outubro de 2017, quando começou a insurgência armada em Cabo Delgado, um total de 2.061 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).

Estes ataques provocaram em pouco mais de oito anos 6.659 mortos, refere o novo balanço, incluindo as 18 vítimas reportadas em menos de duas semanas em outubro.

O relatório da organização refere ainda que, neste período, Cabo Delgado "testemunhou um aumento na atividade insurgente", com elementos associados ao Estado Islâmico de Moçambique (EIM) a atacarem as forças de segurança nos distritos de Montepuez e Muidumbe, "provocando baixas".

"Os insurgentes também continuaram a matar civis nos distritos de Mocímboa da Praia, Muidumbe e Metuge. As operações do EIM foram agravadas por outros padrões de instabilidade, particularmente em torno de áreas de mineração em Montepuez", escreve a ACLED.

A organização aponta igualmente "o risco contínuo para as comunidades piscatórias", apanhadas em ataques de insurgentes e em ofensivas das autoridades contra os grupos terroristas. Além disso, a "dispersão da atividade" por Cabo Delgado "sugere" que estes grupos operam "em unidades dispersas", permitindo "aos insurgentes expandir as operações para além dos tradicionais redutos".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8