Pedido de José Maria Neves surge após a chegada de uma piroga de 92 pessoas à Boa Vista no passado sábado.
O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, pediu esta segunda-feira a criação de condições para prevenir a chegada de migrantes e o seu acompanhamento, depois de no sábado uma piroga com 92 pessoas ter chegado à Boa Vista.
"É preciso neste momento a mobilização da sociedade civil e de todas as autoridades locais no sentido de prestar assistência a essas pessoas. Na verdade, o presidente da Câmara Municipal já está a liderar esse processo e é fundamental também o apoio do Governo no sentido de acudir essas pessoas que chegaram. Mas é muito mais importante a criação de condições para se prevenir futuras chegadas", afirmou José Maria Neves, numa mensagem colocada esta segunda-feira na sua conta oficial na rede social Facebook.
Uma piroga com 92 migrantes africanos, dois dos quais já cadáveres, deu à costa no sábado na ilha cabo-verdiana da Boa Vista, disse no domingo à Lusa o presidente da Câmara local.
"Morreram praticamente na costa. Foi uma situação dramática", relatou o autarca de Boa Vista, Cláudio Mendonça, indicando que a embarcação terá partido da Gâmbia em 24 de dezembro, com destino a Espanha.
"Perderam-se entre Marrocos e a Mauritânia, ficaram sem combustível e acabaram por vir dar à costa da Boa Vista", explicou ainda.
Na mensagem desta segunda-feira, referindo já ter falado com o presidente da Câmara da Boa Vista, o chefe de Estado cabo-verdiano afirmou estar a "acompanhar atentamente" este caso, sublinhando que "é preciso que todos" estejam "cientes da necessidade" de dar "todo o apoio e toda a assistência" às pessoas que chegam ao país nesta situação.
"Em setembro, também tinha dado à costa [na Boa Vista] uma piroga com oito pessoas. Essas pessoas já regressaram aos seus países de origem e agora chegam, já em janeiro, mais 90 pessoas, o que é um indício de que poderão estar a chegar mais pirogas ou poderão estar a acontecer acidentes aqui perto de Cabo Verde. Então, é importante criarmos formas de prevenir e de acompanhar situações desta natureza", acrescentou José Maria Neves.
Segundo o mais recente levantamento feito pela Câmara da Boa Vista, contam-se entre os migrantes 56 senegaleses, 26 nacionais da Gâmbia, cinco da Guiné-Bissau, um da Serra Leoa, um da Guiné-Conacri e um do Mali.
Dos 90 imigrantes resgatados, 15 são menores, com idades compreendidas dos 14 aos 17 anos, 81 foram colocados no Pavilhão Municipal Seixal, Sal Rei, Boa Vista, e nove, incluindo as únicas três mulheres do grupo, estão a receber tratamento médico.
A piroga foi avistada pelo faroleiro de serviço no Farol do Morro Negro, norte da ilha, a mais de 30 quilómetros da capital, Sal Rei, no sul, cerca das 16h00 locais (17h00 em Lisboa) de sábado.
Contudo, só mais tarde é que foi confirmado tratar-se de uma embarcação com migrantes africanos, tendo o faroleiro percorrido alguns quilómetros para pedir apoio na aldeia mais próxima, descreveu o autarca, que tem acompanhado e coordenado no terreno as operações.
Segundo Cláudio Mendonça, os dois migrantes que morreram à chegada à Boa Vista foram sepultados no sábado, seis estão a receber assistência no hospital e 84 foram colocados provisoriamente no pavilhão municipal Seixal.
"Tem sido uma logística muito difícil, estamos a trabalhar todos em conjunto, serviços da proteção civil, polícia, população e até hotéis, que nos estão a ajudar", descreveu o autarca à Lusa.
"É algo crítico, porque há menos de três meses tivemos a mesma situação. Em mais de três meses são mais de uma centena de migrantes a darem à costa da Boa Vista. É preciso olhar para isto", apelou o autarca.
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