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Presidente da Colômbia pede explicações ao BID sobre alegados créditos com fins eleitorais

Gustavo Petro acusou diretamente a Casa Branca do alegado recurso a esquemas com o objetivo de interferir na política interna da Colômbia.

22 de novembro de 2025 às 07:28

O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu explicações "urgentes" aos representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no país sobre uma alegada concessão de créditos com fins eleitorais, no contexto da crise diplomática com os Estados Unidos.

"Temos de ir com todo o sistema financeiro, e o delegado da Colômbia deve comparecer perante a diretoria do banco, não sei como se chama, a diretoria de governadores do BID, para nos explicarem por que querem violar a Constituição", afirmou o chefe de Estados num evento público na cidade de Cali, sudoeste do país.

O Presidente colombiano acusou diretamente a Casa Branca do alegado recurso a esquemas com o objetivo de interferir na política interna da Colômbia. "Vejam como [o secretário de Estado norte-americano] Marco Rubio quer influenciar as nossas eleições, não lhes basta tratar-me como narcotraficante", afirmou.

Petro insinuou que o objetivo de Washington é "comprar os votos dos pobres na Colômbia", classificando-o como "golpe de Estado" e lembrando que "a Constituição [colombiana] proíbe que dinheiro estrangeiro --- de governos, empresas ou pessoas --- entre nas eleições para definir o que realmente deve ser definido pelo povo da Colômbia".

"Senhores, todos os presidentes de câmara que estavam nessa reunião começaram a identificar instituições para receberem dezenas de milhões de dólares do BID, sem autorização do Governo nacional, entregues em créditos destinados à compra de leitões, bicicletas, motos, telhas, tudo o que antes era feito com o dinheiro do narcotráfico", ilustrou, acusando estar-se perante uma nova forma de cooptação eleitoral disfarçada de financiamento formal.

A denúncia de Petro surge num contexto de crise diplomática entre a Colômbia e os Estados Unidos, que tem vindo a escalar ao longo do último ano de 2025, atingindo nas últimas semanas picos de tensão sem precedentes.

O inquilino da Casa Branca tem acusado Petro de estar por detrás do narcotráfico - à semelhança das acusações contra o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - e cortou o financiamento às operações contra os grupos de narcotraficantes no país, interrompendo anos de cooperação neste âmbito com as autoridades colombianas.

Ao mesmo tempo, estacionou um importante dispositivo militar, terrestre e naval, no Mar das Caraíbas e no Pacífico onde mais de 20 ataques ordenados pelo presidente norte-americano, Donald Trump, desde setembro passado contra supostas lanchas de narcotraficantes resultaram em mais de 80 mortes, segundo um balanço baseado nos comunicados oficiais.

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