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Proteger infraestruturas energéticas é o "maior desafio", diz ministra da Energia ucraniana

"Reparámos muitos dos nossos equipamentos energéticos após os ataques, mas constatamos que a Rússia continua a atacar", sublinhou.

18 de setembro de 2025 às 22:18

A proteção das infraestruturas contra ataques russos "diários" é o "maior desafio" do setor energético na Ucrânia, que "se aproxima de um quarto inverno de guerra", afirmou esta quinta-feira a nova ministra ucraniana da Energia, de visita a Paris.

"Cada época de aquecimento, cada inverno durante a guerra é um grande desafio para a Ucrânia", salientou Svitlana Gryntchouk, em declarações à agência de notícias francesa AFP à margem de uma reunião da Agência para a Energia Nuclear da OCDE.

"O maior desafio é proteger e salvaguardar as instalações energéticas contra os ataques diários, com centenas de drones e mísseis", indicou a ministra, que assumiu esta pasta estratégica em julho.

"Reparámos muitos dos nossos equipamentos energéticos após os ataques, mas constatamos que a Rússia continua a atacar", sublinhou.

Segundo Svitlana Gryntchouk, a Ucrânia protege as suas instalações energéticas, recorrendo a proteção "física", com diferentes defesas técnicas contra drones e mísseis, adiantando: "E, claro, estamos a procurar reforçar a nossa defesa aérea".

"O inimigo mudou de táticas e também precisamos mudar a nossa proteção", acrescentou.

Apesar destas medidas, o ano foi "extremamente difícil para as infraestruturas de gás", referiu.

"É um desafio adicional [saber] como reparar rapidamente antes do período frio", acrescentou.

Mesmo que a Ucrânia estime ter nestes armazenamentos milhares de milhões de m3 de gás para passar o inverno, o país precisará de importar mais 4,5 bcm adicionais, de acordo com a ministra.

A Ucrânia prevê ainda "ter todos os seus reatores em operação", ou seja, as nove unidades que ainda estão ativas desde a ocupação russa da maior central nuclear da Europa, Zaporijjia, composta por seis reatores, todos eles parados.

Em caso de necessidade, o país pode importar 2,1 GW de eletricidade através das suas linhas de alta tensão, conectadas à rede europeia.

Porém, "a nossa tarefa não é apenas resistir, estamos também a construir as bases de um futuro energético mais sólido, mais limpo e mais seguro", tinha declarado um pouco mais cedo a ministra perante representantes de Estados e da indústria nuclear.

Com a guerra, o país virou-se em marcha forçada para a transição energética, instalando parques eólicos e painéis solares, pequenas unidades de produção elétrica, que oferecem mais "estabilidade" ao sistema elétrico, pois são "mais difíceis" de ser alvos, indicou a ministra à AFP.

Mas, a Ucrânia quer também expandir as suas capacidades nucleares, incluindo mini-reatores, enquanto desenvolve as renováveis e o armazenamento por bateria ou em barragens.

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