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Puigdemont pode pedir cela individual se for extraditado

Puigdemont ingressará na prisão de Estremera, nos arredores de Madrid, caso seja decidida a extradição.

16 de novembro de 2017 às 20:45

O presidente destituído do Governo da Catalunha, Carles Puigdemont, que presta na sexta-feira declarações em Bruxelas no âmbito do mandado de detenção europeu, pode pedir uma cela individual numa prisão nos arredores de Madrid, caso seja decidida a extradição.

As autoridades belgas pediram informações a Espanha sobre o sistema penitenciário e a juíza Carmen Lamela, da Audiência Nacional, comunicou que, caso se concretize a extradição, Puigdemont ingressará na prisão de Estremera e que o ex-presidente do Governo catalão poderá também optar por partilhar uma cela com os quatro ex-conselheiros que também fugiram para Bruxelas.

Localizada a 70 quilómetros de Madrid, Estremera, inaugurada em 2008, é uma das penitenciárias mais avançadas de Espanha, na qual se encontram detidos em prisão preventiva os ex-membros do Governo da Catalunha destituído, depois de decisão da magistrada judicial da Audiência Nacional.

No caso das mulheres que pertenceram ao Governo de Puigdemont e que também se refugiaram na capital belga, a agência EFE revelou ainda que podem ser encaminhadas para um centro penitenciário da Comunidade de Madrid, previsivelmente em Alcalá Meco, onde se encontram já detidas duas ex-conselheiras.

O Governo catalão, exonerado por Madrid, organizou um referendo de autodeterminação considerado ilegal pelo Estado espanhol, tendo o parlamento da Catalunha aprovado a independência da região em 27 de outubro último.

No mesmo dia, o executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, decidiu a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão.

A Audiência Nacional decretou a prisão incondicional para oito ministros regionais demitidos que prestaram declarações nesse dia, entre eles o vice-presidente do Governo regional, Oriol Junqueras.

A justiça espanhola emitiu no dia seguinte mandatos europeus de detenção aos membros do executivo regional que não se apresentaram para prestar declarações.

Também em Madrid o Supremo Tribunal espanhol decidiu colocar seis deputados regionais, entre eles a presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial.

Em finais de outubro, Carles Puigdemont, e outros membros do Governo destituído viajaram para Bruxelas.

O Ministério Público acusa os 14 antigos membros do executivo catalão, entre os quais Puigdemont, e seis deputados regionais, incluindo a presidente do parlamento, dos delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos, arriscando-se a penas que vão até 30 anos de prisão.

Governo espanhol afirma que não responsabiliza Rússia por notícias falsas

A diplomacia espanhola afirmou hoje que não responsabiliza o Governo russo pela difusão de notícias falsas nas redes sociais sobre a crise na Catalunha, depois de Moscovo ter acusado Madrid de "histeria" antirrussa.

Na segunda-feira, o ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, Alfonso Dastis, disse no Conselho de Ministros da União Europeia, em Bruxelas, que "está provada" a intervenção russa na questão catalã e que há dados sobre como o tráfego de notícias falsas difundidas nas redes sociais depois do referendo sobre a independência da Catalunha, a 01 de outubro, passou por "redes situadas na Rússia e em outros países".

Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou que há uma "histeria antirrussa no Ocidente", o que "talvez se explique porque nas capitais dos países de onde chegam estas acusações, seja Madrid ou Londres, há problemas internos por resolver".

O ministério dos Assuntos Exteriores espanhol veio hoje argumentar que "Espanha nunca acusou o Governo russo de estar por trás dos piratas informáticos", salientando que o ministro só disse que a maioria das contas falsas a debitar informação falsa sobre a situação na Catalunha "estavam fisicamente localizadas em território russo".

Alfonso Dastis não disse "que o Governo russo estava por trás" destas contas falsas.

Para Sergei Lavrov, a "histeria sensacionalista" das capitais ocidentais serve "para distrair a atenção dos eleitores da incapacidade [dos políticos] para resolverem os problemas internos".

O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, salientou que "nem as autoridades espanholas, nem a NATO nem os meios de comunicação apresentaram qualquer argumento que dê credibilidade a essas acusações".

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