Os quatro suspeitos presentes a um juiz encarregado do inquérito sobre os atentados que fizeram 15 mortos na semana passada na Catalunha foram esta terça-feira formalmente acusados de homicídios de natureza terrorista, indicou fonte judicial.
Os quatro homens vão ser julgados por "pertença a uma organização terrorista, homicídios terroristas e posse de explosivos", precisou a mesma fonte, citada pela agência noticiosa francesa AFP.
O juiz vai decidir ainda esta terça-feira qual a medida de coação a aplicar aos quatro suspeitos, depois de o ministério público ter pedido que todos sejam colocados em prisão preventiva.
Driss Oukabir, o primeiro detido pelos atentados ocorridos a 17 e 18 de agosto em Barcelona e Cambrils, respetivamente, compareceu esta terça-feira na Audiência Nacional cansado e com aspeto desalinhado, apenas mostrando preocupação em saber para que prisão iria e se lá correria perigo.
Fontes judiciais disseram à agência de notícias espanhola Efe que o suspeito depôs perante o juiz Fernando Andreu com a roupa suja e algo desorientado, após cinco dias de isolamento total.
Segundo as mesmas fontes, o suspeito pediu também que comuniquem a sua situação à namorada, porque espera sair em liberdade quando tudo se esclarecer.
Interrogado pelo juiz, Driss Oukabir admitiu ter alugado as carrinhas que foram utilizadas pelos terroristas, mas pensando que eram para fazer uma mudança, rejeitou qualquer ligação à célula 'jihadista', assegurando que não sabia nada sobre ela.
Outra fonte judicial espanhola citada pela Associated Press (AP) indicou que dois dos quatro suspeitos sobreviventes do ataque de Barcelona apontaram esta terça-feira o imã morto na explosão da casa de Alcanar, a 16 de agosto, como o ideólogo da célula extremista responsável pelos atentados e que planeava outros.
Só um dos quatro suspeitos admitiu esta terça-feira pertencer à célula terrorista de 12 elementos, ao ser ouvido na Audiência Nacional: Mohamed Houli Chemlal disse ao juiz que a célula se preparava para atacar monumentos de Barcelona com explosivos e que o imã tencionava fazer-se explodir nessa ocasião.