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Rússia exige "provas" de envolvimento no caso de espião envenenado ao Reino Unido

Representante russo nas Nações Unidas garante que "não fala a língua dos ultimatos".

14 de março de 2018 às 15:07

A embaixada da Rússia no Reino Unido considerou esta quarta-feira que a medida anunciada por Theresa May em resposta ao envenenamento do espião russo Seguei Skripal é "inaceitável e de vistas curtas".

A representação russa reagiu assim à expulsão decretada pelo governo britânico de expulsar 23 diplomatas do país, medida que a é considerada "hostil" pela diplomacia da Rússia.

"Toda a responsabilidade pela deterioração da relação entre a Rússia e o Reino Unido recai sobre a atual liderança política da Grã Bretanha", diz a embaixada num comunicado.

No meio diplomático, espera-se agora que a Rússia retalia com uma medida semelhante em relação aos diplomatas britânicos no seu país, tal como aconteceu ao pessoal da embaixada americana quando os EUA expulsaram diplomatas russos.

Moscovo acusa Londres de "fazer a escolha da confrontação"

A Rússia acusou hoje Londres de "ter feito a escolha da confrontação" ao impor sanções ao país, incluindo a expulsão de 23 diplomatas russos, após o envenenamento de um ex-espião russo em Inglaterra, e prometeu uma resposta rápida.

Num momento em que Moscovo demonstrou disponibilidade para cooperar, "o Governo britânico fez a escolha da confrontação com a Rússia", denunciou em comunicado o ministério russo dos Negócios Estrangeiros. "Evidentemente, as nossas medidas de resposta não se farão esperar", acrescentou.

A diplomacia russa qualificou as sanções britânicas de "provocação grosseira sem precedentes", de "medidas hostis" e de "campanha antirrussa".

Rússia "não fala a língua dos ultimatos"

O representante russo defende que "Londres deve perceber primeiro o que se passa dentro do seu território antes de lançar acusações" e nega veementemente qualquer envolvimento no caso, exigindo que sejam apresentadas provas.

"Não tivemos nada que ver com isto", assegura Moscovo. "Londres deveria abandonar os seus hábitos coloniais antes de acusar os outros. É isso que as pessoas bem educadas fazem", completou, adiantando que "a Rússia não tem nada a temer e nada a esconder".

Rússia "é responsável" por envenenamento

"Pensamos que a Rússia é responsável, disse Nikki Halley na reunião, convocada de urgência, referindo não se tratar de "um incidente isolado".

A embaixadora afirmou ainda, de acordo com a Agência France Presse, que "os Estados Unidos estão absolutamente solidários com o Reino Unido" nesta questão.

A Rússia nega qualquer a responsabilidade no ataque, que já mereceu a condenação de vários governos, incluindo o de Portugal, e de dirigentes como os presidentes norte-americano, Donald Trump, e francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Federação de futebol desvaloriza ausência no Mundial

O vice-presidente da Federação Russa de Futebol, Nikolai Simonyan, desvalorizou esta quarta-feira a ameaça da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, de o governo e a família real britânica boicotarem o Mundial2018.

"Não é importante que as grandes entidades não estejam presentes, isso é problema delas. O importante é que a equipa venha e que queira estar presente na competição", afirmou Simonyan, em declarações à Interfax.

A primeira ministra britânica disse esta quarta-feira que iria pedir à família real de Inglaterra que não estivesse presente no Mundial2018, como parte das medidas governamentais contra a Rússia, devido ao envenenamento do antigo espião russo Sergei Skripal e da sua filha, em solo inglês.

Numa intervenção no parlamento, Theresa May anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do Reino Unido e a suspensão de contactos bilaterais com Moscovo.

O Mundial2018 realiza-se na Rússia entre 14 de junho e 15 de julho.

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