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Sobrevivente de Chernobyl revive momentos de terror através da minissérie da HBO

Série relata um dos maiores desastres nucleares da história.

12 de junho de 2019 às 16:52

O desastre em Chernobyl em 1986 foi um dos acidentes nucleares mais mortíferos da história. A explosão do reator 4 da central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia sob domínio soviético, voltou a estar presente através de uma minissérie televisiva - "Chernobyl" - de cinco episódios na HBO.

Chernobyl recebeu a maior pontuação de sempre de um programa de TV no site de filmes IMDB. Russos e ucranianos assistiram pela Internet, e teve uma classificação favorável no site cinematográfico russo Kinopoisk.

Um ex-funcionário da central nuclear de Chernobyl, Oleksiy Breus, que trabalhava na sala de controlo do reator 4 testemunhou a manhã trágica de 26 de abril de 1986. 

Após ter revivido os momentos assustadores daquela manhã através da série da HBO, Breus relata agora a sua versão dos factos numa entrevista dada à televisão britânica BBC.Do realismo à ficçãoSegundo Breus, alguns dos eventos que o ex-operador testemunhou naquela manhã foram retratados na série de forma realista, mas outros o homem descreve como ficção.

"A catástrofe de Chernobyl é representada de uma forma muito poderosa, como uma catástrofe global que absorveu um grande número de pessoas em que as emoções demonstradas estão bem representadas. No entanto, os aspetos tecnológicos têm algumas discrepâncias que podem não ser exatamente mentira, mas apenas ficção", acrescenta.

Personagens principais distorcidas

"As personagens são distorcidas e deturpadas, como se fossem vilões. Eles não eram nada assim. Isto não é ficção, apenas é uma mentira descarada", revela.

Os efeitos da radiação no corpo humano representados na série

Breus diz que os criadores da série mostraram bem os efeitos da radiação no corpo humano.

Nas horas após a explosão, a testemunha falou com Oleksandr Akimov, o líder do turno no reator número 4, e o operador Leonid Toptunov, ambos com destaque na série.

Dentro de duas semanas após o sucedido, tanto Akimov quanto Toptunov morreram com síndrome de radiação aguda (ARS).

"Eu vi outros colegas que trabalharam naquela noite. A pele tinha uma cor vermelha brilhante. Mais tarde, morreram no hospital em Moscovo", afirma.

O lado menos negro da "Ponte da Morte"

Este episódio ficou conhecido como a "Ponte da Morte" após relatos de que aqueles que ali estavam alegadamente morreram de doença da radiação.

No entanto, Breus acredita que a maioria dos moradores de Pripyat estava a dormir durante a explosão, e que só ficou a saber do acidente quando chegou ao trabalho na manhã seguinte.

"Eu nunca ouvi que havia uma multidão de pessoas que foram assistir ao fogo à noite", acrescenta.

 

Segundo a Organização das Nações Unidas, o desastre afetou mais de 3,5 milhões de pessoas. 

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