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Supremo Tribunal Federal brasileiro investiga Jair Bolsonaro

Justiça vai investigar as acusações de abuso de poder feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro.

29 de abril de 2020 às 09:38

O Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF) abriu uma investigação formal contra o presidente Jair Bolsonaro para apurar as acusações de abuso de poder feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Este demitiu-se do cargo na passada sexta-feira, horas depois de Bolsonaro ter afastado o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro.

Ao sair do governo, o ex-ministro acusou Bolsonaro de ter demitido Valeixo por este não aceitar dar-lhe informações privilegiadas sobre investigações em curso, numa das quais um dos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro, é suspeito de liderar um grupo criminoso que dispara notícias falsas contra adversários do pai e faz ameaças ao próprio STF.

Segundo Moro, Bolsonaro demitiu Valeixo para colocar no seu lugar alguém que o mantenha informado do avanço de investigações que possam atingir a sua família.

Bolsonaro negou as acusações, mas nomeou esta terça-feira para novo diretor-geral da Polícia Federal um amigo de Carlos: Alexandre Ramagem, que ficou íntimo da família do presidente ao assumir a chefia da segurança de Bolsonaro depois de este ter sido esfaqueado durante a campanha para eleições de 2018. E no ano passado foi nomeado, pelo presidente, diretor-geral da ABIN, Agência Brasileira de Inteligência, também por indicação de Carlos Bolsonaro.

A nomeação de Ramagem para a corporação que investiga pelo menos um dos filhos de Bolsonaro está a ser considerada suspeita e imoral, algo semelhante à nomeação, em 2016, do ex-presidente Lula da Silva para ministro da Casa Civil da então presidente Dilma Rousseff, que acabou por ser travada pelo próprio STF.

Esta terça-feira, assim que o nome de Ramagem foi oficializado, a Justiça já começou a receber ações legais pedindo a suspensão da nomeação.

Pormenores

Novo ministro da Justiça

Bolsonaro nomeou esta terça-feira o pastor evangélico André Mendonça para o cargo de ministro da Justiça, em substituição de Sérgio Moro. Mendonça tem excelentes relações com vários juízes do Supremo Tribunal e a sua nomeação foi vista como uma tentativa de Bolsonaro para influenciar aquele órgão.

Impeachment difícil

Apesar de 52% dos brasileiros acreditarem que Bolsonaro é culpado dos crimes de que foi acusado por Sérgio Moro, só 45% apoiam a sua destituição e 48% estão contra, revelou uma sondagem Datafolha.

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