page view

"Vou lutar com tudo o que tenho", diz May sobre moção de censura do seu próprio partido

PM britânica enfrenta voto de desconfiança dos deputados conservadores, mas já terá conseguido maioria.

12 de dezembro de 2018 às 07:56

Os deputados do Partido Conservador vão levar a votos esta quarta-feira uma moção de censura contra a líder do partido e primeira-ministra, Theresa May. A votação vai ocorrer ao final da tarde desta quarta-feira, entre as 18h00 e as 20h00 (hora local, a mesma de Portugal), com os resultados esperados para as 21h00.

Em reação, Theresa diz que vai "contestar este voto com tudo o que tiver" e lembra que serve o partido "há 40 anos" e que passou por vários cargos "sempre ao serviço do interesse nacional". A líder do governo diz que o mais importante neste momento é "garantir um acordo do Brexit que seja o melhor possível para o país".

May avisa que uma mudança de liderança neste momento "deixa o país mais fraco" e pode levar os conservadores a sair do poder. O que, lembra May, pode significar o fim do acordo do Brexit "o que só iria criar mais divisões e seria mau para todos".

Cartas para derrubar a líder

Graham Brady, que dirige o 'Comité 1922' anunciou na manhã desta quarta feira que este órgão de fiscalização do partido recebeu cartas dos deputados a pedir a demissão de May em número suficiente para avançar com a moção de desconfiança. Eram precisos 48 pedidos (o que equivale a 15% dos 315 deputados conservadores) o que terá sido alcançado nos últimos dias.

Segundo a Reuters, a votação deverá ocorrer entre as 18h00 e as 20h00 na Casa dos Comuns, a câmara baixa do parlamento. Caso a maioria dos deputados vote contra May, esta terá de deixar o cargo de primeira ministra. Não é, no entanto, obrigatório que sejam convocadas novas eleições, podendo os conservadores escolher um novo chefe de governo. Os resultados devem ser anunciados pelas 21h00.

May terá assegurado maioria

Theresa May deverá sobreviver à moção de censura. Segundo avança a agência Reuters, pelo menos 158 deputados do Partido Conservador já anunciaram publicamente o apoio à continuidade de Theresa May como líder conservadora.

Depois de 48 (equivalente a 15% da bancada parlamentar conservadora, o limiar mínimo necessário a levar a votação uma moção de censura) dos 315 deputados "tories" terem iniciado uma revolta no seio do partido, pedindo a demissão de Theresa May, a primeira-ministra garantiu agora o mínimo necessário para superar essa votação de não confiança. A primeira-ministra precisa do apoio mínimo de 158 deputados, ou seja a maioria simples do grupo parlamentar.

O próprio Michael Gove - ministro do Ambiente que é apontado como possível candidato à sucessão da actual líder - já afirmou que Theresa May deverá vencer o voto de confiança promovido pelos deputados que se rebelaram em oposição aos termos do acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia. "Estou absolutamente seguro de que a primeira-ministra vai vencer", disse Gove. 

May tem estado debaixo e fogo cerrado nas últimas semanas, situação que se agravou depois de esta segunda-feira se ter visto obrigada a adiar a votação do acordo do 'Brexit' no parlamento. O chumbo anunciado ao acordo conseguido com Bruxelas para a saída do Reino Unido da UE fez a líder do governo recuar.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8