Pentágono confirma que último avião partiu de Cabul. Conflito termina após 20 anos de ocupação norte-americana.
Os últimos aviões das forças militares dos Estados Unidos já abandonaram o Afeganistão, após 20 anos de guerra.
O chefe do Comando Central dos Estados Unidos, o general Frank McKenzie confirmou a retirada de todas as tropas norte-americanas no país, pondo fim ao conflito de maior duração dos EUA.
"O último avião C-17 descolou do aeroporto de Cabul em 30 de agosto" às 20:29 (hora de Lisboa), disse McKenzie, em conferência de imprensa.
Numa corrida contra o tempo, os Estados Unidos conseguiram completar a retirada do Afeganistão antes desta terça-feira, a data limite estabelecida pelos talibãs.
A bordo do último voo que partiu do aeroporto do Cabul seguiram militares e alguns representantes diplomáticos dos EUA.
Segundo o Pentágono, durante a missão de resgate no Afeganistão que decorreu nas últimas semanas foram retirados mais de 100.000 civis afegãos.
Os talibãs, que assumiram o poder do país a 15 de agosto, celebraram o fim da ocupação norte-americana em solo afegão com vários tiros disparados para o ar, em Cabul.
Saída do Afeganistão 20 anos depois
Os EUA deixam o Afeganistão de novo nas mãos dos talibãs, cujo primeiro regime (1996-2001) tinham derrubado em dezembro de 2001, quando o grupo extremista se recusou a entregar o então líder da Al-Qaida, Osama bin Laden.
A Al-Qaida reivindicou os ataques de 11 de setembro de 2001, que provocaram quase 3.000 mortos em Nova Iorque, Washington e Pensilvânia.
A retirada das forças internacionais foi negociada com os talibãs, em fevereiro de 2020, e ocorre 15 dias depois de o movimento rebelde ter conquistado Cabul, depondo o Presidente Ashraf Ghani.
A vitória dos talibãs desencadeou uma operação das forças internacionais que permitiu retirar do país mais de 100.000 estrangeiros e afegãos a partir do aeroporto de Cabul.
Com a capital afegã controlada pelos talibãs, a operação foi marcada pelo desespero de milhares de afegãos a querer fugir do país e por ataques do grupo extremista Estado Islâmico, incluindo um atentado bombista que matou cerca de 200 pessoas.
A intervenção dos EUA e dos seus aliados no Afeganistão começou em 07 de outubro de 2001, e contou com o apoio no terreno de forças afegãs que combatiam o regime extremista.
Apesar do derrube do governo dos talibãs, os seus combatentes e elementos da Al-Qaida continuaram a enfrentar as forças afegãs e internacionais, sobretudo no sul do país.
Osama bin Laden, que tinha motivado a invasão, conseguiu escapar ao cerco de forças afegãs em dezembro de 2001, e refugiou-se no vizinho Paquistão.
O líder da Al-Qaida viria a ser morto no Paquistão quase 10 anos depois, em 01 maio de 2011, por militares norte-americanos.
A presença estrangeira no Afeganistão chegou a envolver um pico de 115.000 tropas de uma coligação de 38 países da NATO (sigla do nome inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Portugal participou com 4.500 militares desde 2002 até maio deste ano, e registou duas baixas.
Segundo dados da ONU citados pela agência France-Presse, mais de 38.000 civis foram mortos no Afeganistão desde 2009, quando a missão das Nações Unidas começou a registar as baixas, até 2020.
Globalmente, segundo dados citados pela Associated Press, a guerra no Afeganistão terá causado mais de 170.000 mortos, incluindo 47.000 civis afegãos, 66.000 membros das forças de segurança afegãs, e 51.000 combatentes dos talibãs e de outros grupos.
As forças internacionais registaram mais de 3.500 mortos, das quais mais de 2.300 norte-americanos.
Os 20 anos de guerra provocaram também mais de 2,7 milhões de refugiados e mais de 3,4 milhões de deslocados internos, segundo a ONU, num país com 37 milhões de habitantes.
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