Presidente dos EUA sabia desde maio que o seu nome estava nos ficheiros.
O nome do presidente dos EUA, Donald Trump, aparece "múltiplas vezes" nos ficheiros da investigação ao pedófilo milionário Jeffrey Epstein, de quem foi amigo durante cerca de 15 anos, avançou o 'Wall Street Journal'. A revelação vem atiçar ainda mais a verdadeira tempestade política causada pela recusa do Departamento de Justiça em divulgar publicamente os ficheiros e reforçar as suspeitas de encobrimento que levaram vários aliados fiéis a virarem-se contra Trump.
Segundo o jornal, Trump foi informado em maio pela Procuradora-Geral, Pam Bondi, de que o seu nome era mencionado "múltiplas vezes" nos ficheiros do caso Epstein, juntamente com dezenas de outras celebridades e figuras públicas. Na altura, Bondi informou o presidente de que o Departamento de Justiça não iria divulgar publicamente os ficheiros por considerar que "não acrescentavam nenhuma informação relevante" ao que já era conhecido.
Recorde-se que Trump tinha prometido durante a campanha eleitoral tornar públicos todos os ficheiros recolhidos pelas autoridades sobre os crimes de Epstein, incluindo uma alegada "lista de clientes" da rede pedófila liderada pelo bilionário, que alegadamente se suicidou na cadeia em 2019, um mês após ser detido por tráfico sexual de menores. Pam Bondi chegou a dizer, em fevereiro, que tinha a "lista de clientes" na sua secretária, mas garante agora que tal lista nunca existiu.
O facto de o nome de Trump aparecer várias vezes nos ficheiros não quer dizer necessariamente que o presidente dos EUA esteja implicado em qualquer ato ilícito ou tivesse, sequer, conhecimento dos crimes de Epstein, mas vem agravar as suspeitas de que o caso foi deliberadamente abafado pelo Departamento de Justiça. Trump, recorde-se, negou há poucos dias que o seu nome estivesse nos ficheiros.
A Procuradora Pam Bondi, que esta quarta-feira deveria discursar sobre tráfico de seres humanos num evento público em Washington, cancelou a sua presença à última hora, devido a um alegado "problema de saúde", já depois da publicação da notícia do 'Wall Street Journal'. Já a Casa Branca denunciou as últimas revelações como "uma continuação das notícias falsas inventadas pelos democratas e pelos meios de comunicação social liberais, tal como o escândalo do 'RussiaGate' de Obama", numa referência às recentes alegações de Trump de que o ex-presidente 'fabricou' as suspeitas de ingerência russa nas eleições de 2016 para prejudicar a sua candidatura. "O que é um facto é que o Presidente expulsou Epstein do seu clube por ser um depravado", acrescenta o comunicado da Casa Branca, que não faz qualquer referência aos 15 anos de amizade entre os dois milionários.
Numa tentativa de conter as críticas dos aliados republicanos e do movimento MAGA, que fez do 'caso Epstein' uma das suas bandeiras, Trump ordenou esta semana a publicação das transcrições das investigações feitas pelo Grande Júri às atividades de Epstein, mas, num revés para a Casa Branca, um juiz federal da Florida recusou o pedido, por considerar que não reúne os requisitos necessários para que seja levantado o segredo de Justiça. Um pedido idêntico foi feito ao Tribunal Distrital de Manhattan, responsável por outra investigação a Epstein, mas ainda não teve resposta.
Epstein invocou a 5ª Emenda para evitar falar de Trump
Jeffrey Epstein invocou a 5ª Emenda da Constituição dos EUApara recusar falar da sua relação com Trump durante um depoimento em 2010, revela um vídeo ontem vindo a público. De acordo com a gravação, publicada pelo podcast ‘MeidasTouch’, um advogado que representa uma das alegadas vítimas menores de Epstein começa por questionar o milionário “se tem alguma relação pessoal com Donald Trump”. “O que quer dizer com relação pessoal?”, responde Epstein. “Alguma vez socializou com ele?”, diz o advogado, ao que o milionário responde afirmativamente. O advogado pergunta-lhe então se “alguma vez socializou com Trump na presença de raparigas menos de 18 anos?”. “Por muito que gostasse de responder a isso, hoje vou ter que invocar os meus direitos ao abrigo da 5ª, 6ª e 14ª Emendas”, retorquiu Epstein, referindo aos artigos da Constituição dos EUA que protegem alguém de responder a questões pelas quais possam ser incriminados.
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