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Trump ordena que embaixadas dos EUA em todo o mundo deixem de entrevistar alunos estrangeiros para obtenção de vistos

Diretiva pode provocar fortes atrasos nos processamentos de vistos e afetar negativamente as universidades.

27 de maio de 2025 às 18:59

A administração Trump ordenou, esta terça-feira, às embaixadas dos EUA em todo o mundo o fim das entrevistas com estudantes estrangeiros para obtenção do vistos, necessários para viajar para o país norte-americano.

Um documento do departamento estatal, divulgado esta terça-feira, instrui as secções consulares a suspender a adição de "qualquer agendamento adicional de visto para estudantes ou visitantes de intercâmbio (F, M, e J) até que sejam emitidas novas orientações" nos próximos dias.

A diretiva, confirmada pelo jornal The Guardian, pode provocar fortes atrasos nos processamentos de vistos e afetar negativamente as universidades, cuja maioria é acusada por Donald Trump de ter ideologias de extrema-esquerda, e depende dos estudantes internacionais para obter receitas.

"O departamento está a conduzir uma revisão das operações e processos existentes para a triagem e seleção de candidatos a vistos de estudantes e visitantes de intercâmbio", lê-se no documento.

O congelamento marca uma escalada nas medidas atuais, que têm sido direcionadas aos estudantes que participam em protestos a favor da Palestina nas universidades. Desde março, os funcionários consulares foram instruídos a conduzir revisões das redes sociais, à procura de provas de apoio a "atividades terroristas ou organizações terroristas", incluindo mostrar apoio pela causa palestiniana.

As autoridades planeiam divulgar indicações para "ampliar a revisão de redes sociais a todos os candidatos". A nova expansão deverá ser aplicada a todos os estudantes que pediram visto, e não apenas àqueles sinalizados por ativismo. O processo de verificação inclui a análise das publicações, partilhas, comentários em plataformas como o Instagram, X e o TikTok, em busca de conteúdo considerado uma ameaça à segurança nacional.

De acordo com a Associação de Educadores Internacionais (NAFSA), existem mais de um milhão de alunos internacionais nos EUA, a contribuir quase 40 mil milhões de euros para a economia norte-americana e apoiando mais de 300 mil empregos entre 2023 e 2024. O congelamento dos vistos ameaça os desafios pré-existentes das instituições de ensino superior, que já experienciavam uma diminuição dos matriculamentos internacionais.

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