Cimeira europeia debate medidas contra o país após episódio para deter jornalista. Lituânia abre inquérito judicial por sequestro
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A comunidade internacional condenou a detenção do jornalista e ativista bielorrusso Roman Protasevich, considerando o desvio para Minsk do avião em que viajava de Atenas para Vilnius, na Lituânia, um ato de “pirataria de Estado”. A UE pondera endurecer as sanções ao regime do presidente Alexander Lukashenko e suspender os voos europeus com destino ou escala na Bielorrússia.
Uma primeira reação foi de imediato anunciada: Bruxelas vai congelar três mil milhões de euros de investimentos europeus na Bielorrússia até o país se tornar democrático. "Vamos pressionar o regime até respeitar a liberdade de Imprensa e de opinião”, afirmou esta segunda-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen antes da cimeira de líderes europeus em Bruxelas, onde serão definidas as outras ações contra a Bielorrússia. Este caso terá também impacto no agendado debate sobre as relações com a Rússia.
"Isto foi pirataria aérea patrocinada pelo Estado”, afirmou o MNE da Irlanda, Simon Coveney, ecoando uma acusação de outros países. A Bielorrússia, recorde-se, alegou ter recebido alertas de bomba no avião para justificar o desvio e deter o opositor.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu, como a UE, a libertação do jornalista e anunciou uma reação coordenada com os parceiros europeus.
Entretanto, a Justiça da Lituânia, país onde está exilado Protasevich, abriu um inquérito por sequestro e a Polónia iniciou também investigações ao caso, pois o avião desviado está registado nesse país. Paralelamente, várias empresas aéreas começaram a evitar o espaço aéreo da Bielorrússia e o presidente da Organização da Aviação Civil Internacional convocou para dia 27 uma reunião de emergência para debater o caso do avião da Ryanair desviado para Minsk.
Agentes do KGB seguiram jornalista desde a Grécia
A detenção de Roman Protasevich terá sido feita com apoio do KGB bielorrusso. Dados sobre os passageiros do voo entre Atenas e Vilnius desviado para Minsk parecem reforçar esta suspeita. Além do jornalista, outros 5 passageiros não chegaram a Vilnius após a escala forçada. Com exceção de Sofia Sapega, namorada de Roman, também detida, os restantes poderiam ser agentes do KGB.
Jornalista aparece com marcas no rosto e confessa motins
Num vídeo divulgado ao início da noite desta segunda-feira na rede Telegram, Roman Protasevich confessa ter organizado protestos e motins contra o presidente Lukashenko e diz estar a “colaborar” com as autoridades. O jornalista garante ainda estar a ser bem tratado, embora o seu rosto apresente marcas de possíveis agressões. A oposição bielorrussa no exílio diz que o vídeo prova que Protasevich está sob “pressão física e moral” das autoridades.
Rússia desvaloriza
A Rússia considerou “normal” a ação dos aliados bielorrussos e comparou o incidente com o caso Snowden. O governo do presidente Putin lembrou que em 2013 o avião que transportava o presidente venezuelano, Evo Morales, foi forçado a aterrar em Viena por se suspeitar que seguia a bordo o ex-analista da NSA Edward Snowden, procurado pelos EUA por revelar segredos comprometedores.
A porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Stephane Dujarric, afirmou esta segunda-feira que António Guterres se afirma “muito preocupado” com o incidente do desvio do avião por parte da Bielorrússia e pede “uma investigação independente e transparente”, instando “todos os atores relevantes a cooperarem com tal inquérito”.
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