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Um desmaio e tumultos: primeiros brasileiros deportados dos EUA denunciam más condições do voo

Voo seguia com 88 brasileiros e 70 estrangeiros de várias nacionalidades.

25 de janeiro de 2025 às 15:38

Um avião militar dos EUA aterrou esta sexta-feira no Aeroporto Internacional de Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas, com 158 pessoas deportadas pelo governo de Donald Trump, que anunciou logo no primeiro dia do seu novo mandato, segunda-feira, pretender expulsar mais de 11 milhões de estrangeiros que entraram ilegalmente em território norte-americano ou são suspeitos de crimes. Na chegada a Manaus, a aeronave, que tinha como destino a cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, acabou por ficar retida na capital amazonense devido a problemas técnicos.

Os tripulantes brasileiros denunciaram as más condições do voo e o tratamento ríspido e até truculento que disseram ter recebido por parte dos militares norte-americanos. Vários passageiros queixaram-se de que o avião não tinha ar condicionado, ou, pelo menos, que o sistema não foi ligado, e os 158 deportados enfrentaram um calor insuportável durante a longa viagem desde Alexandria, no estado norte-americano da Virgínia. Quando a aeronave aterrou em Manaus, várias pessoas estavam a sentir-se mal e uma passageira desmaiou. A situação levou a um tumulto e à discussão com os tripulantes.

Na escala em Manaus, que já estava prevista mas somente para reabastecimento, o aparelho apresentou uma falha, não especificada pela tripulação, e não teve como retomar a viagem até Belo Horizonte, distante 3964 km. Sem escadas para descer os passageiros, a tripulação acionou a rampa insuflável para remoções de emergência, e todos saíram da aeronave por aí com a ajuda de agentes da polícia brasileira que cercaram o avião dos EUA, aparentemente sem as condições ideais para uma viagem tão longa, tanto que até a rampa de emergência apresentou problemas.

Os deportados, 88 brasileiros e 70 estrangeiros de várias nacionalidades estão desde a tarde desta sexta-feira confinados numa sala do aeroporto, sem poderem entrar efetivamente no país, à espera de que a missão militar norte-americana de deportação conclua a viagem e os entregue às autoridades brasileiras em Belo Horizonte para que o caso de cada um seja analisado. Não foi apresentada nenhuma explicação para os 70 estrangeiros serem encaminhados para o Brasil.

Como a deportação foi decidida pelo governo dos EUA, espera-se que o governo de Washington envie, provavelmente ainda este sábado, outra aeronave para completar a viagem até Belo Horizonte.

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