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Um mês sem respostas pela morte de Marielle Franco

Polícia mantém silêncio total sobre a investigação à morte da vereadora carioca, que classificou como “atentado político”.

15 de abril de 2018 às 09:52

Manifestantes protestaram este sábado em várias cidades do Brasil contra a demora na investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, assassinados a tiro no Rio de Janeiro fez ontem um mês. A polícia classificou as mortes como atentado político mas até ao momento não conseguiu esclarecer os contornos do crime.

Depois de ouvidas quase 100 pessoas, não há suspeitos presos, não há uma linha de investigação clara, nem foram apresentados indícios palpáveis. Alegando que a natureza dos crimes exige total discrição, a polícia do Rio, subordinada a um general depois da intervenção militar decretada no estado por Michel Temer em fevereiro, recusa adiantar detalhes sobre a investigação. O secretário da Segurança Pública, general Richard Nunes, limitou-se a declarar que as investigações avançam a cada dia e que o número de suspeitos está a ficar cada vez mais reduzido.

Esta semana, o jornal ‘Globo’ adiantou que peritos tinham detetado fragmentos de impressões digitais nas cápsulas das balas usadas, mas que eram tão microscópicos e parciais que não poderiam ser comparados com as impressões digitais armazenadas nas bases de dados da polícia.

O mesmo jornal apontou ainda uma falha grotesca das autoridades: duas testemunhas, que estavam a menos de 15 metros do carro de Marielle quando esta foi assassinada e que, apesar do medo, esperaram a chegada da polícia para contarem o que tinham visto, foram afastadas do local pelos primeiros agentes que chegaram e nunca foram chamadas a depor.

Quinta vereadora mais votada do Rio e ativista dos direitos humanos, Marielle fazia repetidamente denúncias contra os abusos e crimes praticados pela polícia. Por isso, há fortes suspeitas do envolvimento de agentes na sua morte.

PORMENORES 

Balas eram da polícia

Num episódio até hoje ainda por esclarecer, peritos concluíram que as balas que mataram Marielle e o motorista eram de um lote pertencente à Polícia Federal, o UZZ18, e teriam sido alegadamente desviadas da corporação por um funcionário.

Testemunha foge

A única sobrevivente do ataque, uma assessora parlamentar que ia sentada ao lado da vereadora Marielle Franco quando esta foi executada, deixou entretanto o Brasil e vive sob proteção policial num país não divulgado, receando que os assassinos decidam matá-la também.

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