A edição de hoje
Reformada já pedalou em 12 países do sudeste asiático, Europa e Oceania.
Uma mulher chinesa de 66 anos quer viajar de bicicleta por pelo menos 100 países do mundo. A reformada já pedalou em 12 países de três continentes.
Li Dongju, natural de Zhengzou, na China, já viajou pelo sudeste asiático, Europa e Oceania, em países como Camboja, França e Austrália, segundo o jornal New York Post.
“O meu objetivo é viajar para pelo menos 100 países”, contou Dongju. “Viajar é como uma droga. Quando provamos, não conseguimos parar”, afirmou ainda a mulher.
As viagens nem sempre são simples. Como Dongju fala apenas mandarim, a ciclista recorre a tradutores online para comunicar com as pessoas dos locais que visita.
O orçamento também é apertado, portanto Dongju costuma acampar em parques, bombas de gasolina e até cemitérios. A mulher também já ficou alojada em casas de pessoas que conheceu ao longo das viagens.
A reformada, que faz parte de um grupo de “viajantes de prata” na China, começou as aventuras em 2013, depois de se divorciar e entrar numa depressão.
“Antes de andar de bicicleta, eu dependia bastante dos outros e sentia-me como um sapo num poço [expressão chinesa que remete para o sentimento de estar preso numa vida pequena]”, explicou Dongju. “Agora sou um lobo selvagem: livre, destemido e independente”, garantiu a ciclista.
A primeira viagem que a mulher queria fazer era ao Tibete, mas apenas tinha 21,78 euros. Desde que ficou em ‘lay-off’ do emprego numa fábrica têxtil, em 2002, Dongju vivia da pensão 384 euros por mês.
Para ganhar algum dinheiro extra, Dongju limpou casas durante um ano e poupou o suficiente para viajar até ao sudeste asiático com dois ciclistas experientes, que conheceu na Internet.
Uma semana depois do início da viagem, Dongju ficou separada dos colegas no Vietname. Por sorte, a mulher conheceu um ciclista vietnamita que falava mandarim e a ajudou a voltar a casa em segurança.
Sem se deixar intimidar pelos obstáculos, Dongju planeou a segunda viagem que a levou a pedalar ao longo de 20 cidades chinesas com o cão Xili. A mulher fez várias paragens para prestar trabalhos de limpeza em hotéis e 'spas', de modo a ganhar dinheiro para continuar a expedição.
Dois anos mais tarde, Dongju voltou ao sudeste asiático com a bicicleta, acompanhada por dois amigos idosos que também são ciclistas. Os colegas regressaram à China passadas três semanas, mas Dongju continuou sozinha a viagem de 70 dias pelo Vietname, Camboja e Myanmar.
A mulher pedalou ainda por seis países europeus. A viagem à Nova Zelândia foi cancelada devido à pandemia COVID-19 e, desde então, Dongju não voltou a pedalar em grandes viagens.
Contudo, a pausa não será para sempre. Dongju já está a “fazer o trabalho de casa” para viajar de bicicleta do Cazaquistão até aos Emirados Árabes Unidos.
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