A edição de hoje
Viktor Yushchenko, o candidato da oposição nas eleições presidenciais da Ucrânia , foi envenenado com tetra-cloro-dibenzo-dioxina (TCDD) ou ‘dioxina de Seveso’. A informação foi ontem avançada por um dos médicos austríacos que o está a tratar em Viena.
“Foram efectuadas análises em três laboratórios diferentes na Holanda e Alemanha e os resultados coincidem” declarou Michael Zimpfer, médico-chefe da Clínica Rudolfinerhaus.
Zimpfer recusou-se a adiantar mais pormenores “por instruções da família de Yushchenko”, limitando-se a dizer que se trata de TCDD, uma das dioxinas mais perigosas, também chamada ‘de Seveso’ em referência à explosão, em 1976, de uma fábrica química naquela cidade da Itália, e que pode provocar lesões cutâneas e problemas digestivos. Recorde-se que no passado dia 11, Zimpfer confirmara em Viena que Yushchenko havia sido vítima de envenenamento por dioxina e que ela teria sido administrada provelmente por via oral, por um terceiro.
DEBATE DE ACUSAÇÕES
A identificação da dioxina foi revelada no dia em que Yushchenko e o seu adversário na repetição da segunda volta das eleições, no próximo dia 26, estiveram frente-a-frente num debate televisivo. O confronto foi marcado por acusações mútuas, com Yushchenko a afirmar que o seu rival, Viktor Yanukovich, lhe roubara a vitória no passado dia 21 de Novembro, quando foi disputada a segunda volta, anulada pelo Supremo Tribunal ucraniano por fraudes. “Você é um homem religioso, não é verdade? Ainda assim roubou três milhões de votos!”, acusou Yushchenko ao seu rival.
Recusando ser catalogado como candidato do presidente Leonid Kuchma, Yanukovich ripostou afirmando que o roubado fora ele devido ao acordo feito entre o chefe de Estado e a oposição na sequência da chamada ‘Revolução Laranja’’. “Pensa, Viktor Andreyevich que vai ganhar e tornar-se presidente da Ucrânia? Está enganado, Será o presidente de uma parte da Ucrânia!”, vaticinou Yanukovich, que exortou os ucranianos a não saírem à rua quaisquer que sejam os resultados. De salientar que Yushchenko falou em ucraniano e Yanukovich em russo, língua mais falada na região industrial do Leste da Ucrânia.
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