Montenegro meteu um pé na porta do poder e ela entreabriu-se. Se conseguir entrar, será muito difícil tirá-lo outra vez. Desde logo, porque só a junção do Chega e do PS conseguiria derrubar o próximo Governo. Essa aliança é improvável, porque a esquerda esfrangalhada precisa de tempo, e Pedro Nuno Santos está na cadeira de sonho para repensar o PS.
À fragilidade da oposição junta-se a conjuntura económica. Os juros vão baixar, a inflação dá sinais de travagem, as subidas de pensões e de salários vão começar a fazer efeito. O estado da Saúde, da Justiça e da Educação é débil e será fácil mostrar resultados rapidamente. Além disso, a folga orçamental permitirá dar rápidos sinais de cumprimento de promessas a professores e forças de segurança.
Depois, o próximo primeiro-ministro terá dinheiro para gastar, um aeroporto para construir, um TGV para arrancar, e todo o PRR para distribuir milhões.
Ao contrário do que uma leitura apressada poderia fazer crer, nada indica que o próximo Governo seja um cadáver adiado. Montenegro entrará em pré-campanha para as próximas legislativas a partir da cadeira do poder.
Pode caber-lhe a ele decidir o melhor timing para alargar a sua base eleitoral e dizer ao País, como Cavaco rumo à segunda maioria, que Portugal não pode parar.
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Por Carlos Rodrigues
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