Bilhete Postal

O Governo apresentou ontem uma série de ideias para ajudar a comunicação social a enfrentar o futuro, para revigorar o mercado dos media e o serviço público, e também para modernizar a legislação. Antes de mais, é essencial elogiar a simples existência de um plano. Talvez porque se trata de um setor politicamente sensível, a generalidade dos Governos tem fugido ao tema. O plano inclui medidas de apoio ao emprego nos media, de incentivos à reconversão tecnológica, e também algumas propostas de combate à desinformação. Mas inclui mais: o fim da publicidade na RTP, apesar de ainda demorar 3 anos, é uma medida corajosa, que vai beneficiar a própria televisão pública, que assim terá incentivos fortes à melhoria e à racionalização da sua operação, tantas vezes ineficaz e despesista. Isso mesmo foi reconhecido de imediato pelo presidente da empresa, que indica serem excessivos os 8 canais de televisão e 7 de rádio na posse do Estado. Outro aspeto muito positivo do plano é a garantia de que os jornais vão continuar a chegar a todo o País. Ler jornais é saber mais, pelo que é essencial que a imprensa escrita chegue a todos os portugueses e a todos os recantos do território nacional. Os leitores sabem que o Correio da Manhã tem alertado sem cessar para este problema que põe em causa a qualidade da democracia. Elogiemos, pois, o plano agora apresentado. E mãos à obra.