Carlos Rodrigues
DiretorAfoto do menino de Gaza, esquelético, reduzido a pele e osso, ao colo da mãe, com a linha da coluna escandalosamente delineada e um saco de plástico a servir de fralda, transformou-se no símbolo doloroso da tragédia humanitária da região. Perante o desespero e o abandono mais extremos, denunciados por aquele retrato, impunha-se, como dissemos no dia em que logo fizemos primeira página com o tema, um sobressalto no Ocidente e no Mundo. Israel permitiu, finalmente, a entrada de alguma ajuda humanitária mais urgente, por terra e pelo ar, e as imagens da distribuição, se mostram a angústia de quem luta pela sobrevivência de forma desesperada, são um tímido sinal de esperança.
A Europa é o reduto que resta de ética, moral e humanidade, perante o desvario da superpotência americana. A União tem uma particular responsabilidade na cimeira internacional sobre a Palestina que hoje começa em Nova Iorque. Veremos se os europeus estarão à altura. Cá estaremos para escrutinar a ação do Governo português neste encontro. Tanto os terroristas do Hamas como o Estado israelita habituaram-se a utilizar a fome como arma de guerra. Se a lógica terrorista ultrapassa todos os limites humanos, já a opção de Israel merece uma forte sanção moral e prática, e o Mundo deve impor a Netanyahu as linhas vermelhas da humanidade. Porque a guerra é a guerra, mas as crianças simplesmente não podem morrer à fome.
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Por Carlos Rodrigues.
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