Carlos Rodrigues
DiretorO debate que opôs Marques Mendes a António José Seguro foi uma troca de ideias entre dois políticos que dariam, qualquer um deles, um ótimo Presidente, na boa tradição dos chefes de Estado que têm marcado a História da nossa democracia. Mendes e Seguro são profundamente democratas, respeitadores da separação de poderes, têm ambos um fortíssimo sentido de Estado, e um amplo sentimento nacional. A forma como decorreu o duelo verbal entre os dois mostra que estaremos muito bem entregues em caso de vitória de qualquer um deles. Para isso, terão de conseguir passar à segunda volta. Ora, nessa matéria, a dificuldade de Seguro, como vimos no último Bilhete Postal, é conseguir reunir a esquerda e explicar a todos os eleitores do PS, do Livre, do Bloco e do PCP que estão obrigados ao voto útil neste candidato logo na primeira volta, porque dispersar votos é deixar a segunda volta nas mãos da direita, de Gouveia e Melo a Ventura.
Para Mendes, o desafio, parece-me, é outro. Se é o candidato apoiado pelo PSD, e se o primeiro-ministro e o Governo têm neste momento elevadas taxas de popularidade, parece-me contraproducente que Marques Mendes não assuma a proximidade com o Executivo. Na segunda volta será preciso alargar o leque, naturalmente. Mas a melhor forma de chegar lá será mesmo ensaiar o distanciamento em relação a um Governo em quem os portugueses, neste momento, depositam a esperança?
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Por Carlos Rodrigues
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