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Carlos Rodrigues

Carlos Rodrigues

Diretor

"O PS foi inteligente ao esvaziar o balão do Orçamento do Estado"

28 de outubro de 2025 às 00:32

Mestre, são plácidas as horas que perdemos... O poema de Fernando Pessoa retrata bem a situação parlamentar de Luís Montenegro. São plácidas as tardes de debate político passadas pelo primeiro-ministro, com o Governo confrontado com poucas, ou nenhumas, dificuldades reais, as várias oposições entretidas no combate entre si, e um sem-número de falsas questões para agitar interesses diferenciados. Plácidas as horas que todos perdem, cada um a tratar do seu eleitorado da melhor forma que consegue. Montenegro está no controlo da situação política, e isso ficou bem visível no debate de ontem do Orçamento do Estado. Se esta frase parece má para a oposição, na realidade é ótima para o PS e para José Luís Carneiro, que teve a agilidade tática de esvaziar o balão do suspense e do stress orçamental ao anunciar, com muita antecedência, que os socialistas vão viabilizar o documento. Imagine-se a pressão sobre o PS se Carneiro não tem encerrado atempadamente o tema. E sem qualquer ganho possível, como, no ano passado, bem aprendeu, demasiado tarde, o anterior líder socialista. Contas feitas, este Orçamento não terá história, por mérito do secretário-geral dos socialistas. É também por causa desse truque inteligente de Carneiro que André Ventura teve de convocar o fantasma de Salazar para o Parlamento democrático. A passagem plácida das horas não convém nada a quem está em pré-campanha para as presidenciais. 

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