Eu ainda sou do tempo em que os viajantes pediam a outros turistas para lhes tirarem uma foto junto ao ‘highlight’ do lugar visitado. Era o tempo das máquinas de rolo e era também uma espécie de raspadinha fotográfica. Umas vezes tinha prémio e a foto era boa, outras vezes revelava um enorme desapontamento. Quem não tem fotografias em papel com a cabeça cortada ou com a Torre Eiffel inclinada que atire a primeira pedra.
As câmaras digitais vieram revolucionar a incerteza de tamanho amadorismo e o viajante passou a avaliar na hora a queda fotográfica daqueles que faziam o favor de nos fotografar para mais tarde recordar.
Mas isso foi há muito tempo. Depois vieram as selfies e, como elas, a afirmação do nosso individualismo agora sob a forma de retrato. Não passa pela cabeça de ninguém esse paradoxo que seria pedir para nos tirarem uma selfie… Era contranatura. Com a selfie deixamos de interagir com os outros viajantes nas pontes de Praga ou junto ao Coliseu de Roma.
Como se isso não bastasse inventaram o bastão de selfie, artefacto que, a troco de figuras mais ou menos ridículas, permite tomadas de vista até agora só possíveis com a ajuda de outros humanos. Foi o descalabro.
A parte boa é que a mania de partilhar selfies nas redes tem os dias contados. O que está a dar é fazer férias via Periscope ou Meerkat. Quer isto dizer que os amantes do upload nas redes de tudo o que fazem nas férias com um atraso de uns meros minutos vai poder agora ser visto por todos em transmissão vídeo em tempo real.
Não acredita? Espere uns dias e vai ver que as selfies são coisa do passado…
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