Ao fim do dia de trabalho, vejo ainda, na CMTV, já noite dentro, que os dois cidadãos portugueses que acabaram atirados para uma tenda, na praia de Matosinhos, se preparam para dormir outra vez ali, naquele desespero, ao frio, à chuva, com ventos fortes, e também com o medo de quem está sozinho no meio do nada.
"É horrível", diz o filho, Daniel, em direto no Grande Jornal da CMTV, já bem para lá das 9 da noite. Tinha acabado de chegar uma refeição quente, oferecida por alguém de coração emocionado com a história daquela família, constituída pela mãe, Amélia, de 66 anos, e por Daniel, o filho, de 41, que tudo relata com a dignidade de quem se vê naquela situação desumana.
A história estava ontem, na primeira página do Correio da Manhã, e ao longo do dia foi sendo reportada, em diretos na CMTV. Sinaliza um caso extremo de pobreza, de uma família apanhada na armadilha cruzada de reformas e rendimentos miseráveis, com rendas de quartos e casas que não podem ser pagas, e eis que o resultado é aquela tenda, de pano fino e húmido, última fronteira entre eles e os elementos, agressivos e ásperos, do inverno nortenho.
É de histórias como esta, na praia de Matosinhos, que se constrói a imagem que uma nação faz de si própria, quando se olha ao espelho da miséria. Amélia Ferreira e Daniel, o seu filho, são dois portugueses apanhados pelas garras da miséria e do desespero final.
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