António Jaime Martins
Presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos AdvogadosHá duas semanas escrevia que a comissão parlamentar de inquérito ao caso Banif só servia para gastar o dinheiro dos contribuintes. Admito agora que me enganei. Já todos percebemos quem será o responsável pelo ‘afundanço’ do Banif. O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, autor da "falha grave".
Embora presentemente ninguém tenha simpatia pelo governador, a verdade é que se limitou a cumprir o seu papel. O problema não é o governador. O problema é que o BdP não serve para nada. Corrijo: serve para garantir a reforma dourada a alguns privilegiados. Aliás, este governador até fez mais do que os outros. Não há qualquer vantagem na sua substituição. Conhecemos algum caso de eficácia de supervisão do BdP? Quantos governadores já por lá passaram? Uma coisa é certa. A comissão vai ter de encontrar outra "falta grave".
Formalmente, Carlos Costa tem razão: as decisões dos governadores do BCE não podem ser comunicadas aos executivos nacionais. Pelo que, essa omissão de informação não é "falha grave". A falha seria se tivesse feito o contrário. Adivinha-se pois trabalho árduo para a comissão de inquérito. Isto faz- -me lembrar aqueles processos judiciais em que o advogado sabe que o acusado já está condenado…
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Cidadão livre e pensador estratégico, interveio sempre que sentiu os princípios civilizacionais em risco.
Modernizar a Justiça não é anunciar sistemas informáticos, é garantir que eles funcionam.
Como diz o povo, “a mentira tem perna curta” e só envergonha o autor.
Como diz o povo, de boas intenções está o inferno cheio.
Quem morre sob as bombas já não é criança, mulher ou idoso: é alvo “legítimo”.
Instituição moribunda e os polícias com expetativas baixíssimas.