Brian Eno é, há muito, o homem do leme do grande som global. A sua história (das ligações a David Bowie ou David Byrne à exploração de novos sons e passando pela produção de discos ou a criação para cinema ou dança) fala por si.
A sua influência é de tal maneira extensa que dificilmente não pode ser definido como um dos criadores mais importantes das últimas décadas. O seu regresso, com o empolgante álbum ‘The Ship’, é um dos grandes momentos deste ano.
Não é um disco fácil, mas é envolvente e vai mostrando os seus inúmeros segredos aos poucos. É como um barco em mar alto que navega ao sabor das marés e dos ventos. Brian Eno vai buscar toda a textura criativa deste disco à história: sobretudo à do ‘Titanic’ e da Primeira Guerra Mundial.
Um dos grandes temas do disco, ‘The Hour is Thin’, um poema declamado por Peter Serafinowicz, tem a ver com uma conexão que fascina Brian Eno: o da relação entre o poder e a vulnerabilidade. Eno lembra que o ‘Titanic’ representa uma era em que os impérios tinham atingido um nível de poder, confiança e arrogância, que os levava a pensar que nada era impossível. E o mesmo aconteceu com a Primeira Guerra Mundial.
Eno compara esse período com o dos Estados Unidos após o 11 de Setembro: um império atingido na sua vulnerabilidade. E é isso que está presente neste disco, um sucedâneo de outros álbuns conceptuais como o incontornável ‘Taking Tiger Mountain’, de 1974. ‘The Ship’ é um disco que vai marcar 2016. Porque é uma viagem, cheia de reflexões, à tecnologia musical e à criação de ambientes, algo que sempre fascinou Eno.
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