Este foi um ano de despedidas solenes, a David Bowie, a Prince, a Leonard Cohen. Mas foi também um tempo de grandes discos para tempos de incerteza. Nenhum disco terá talvez marcado tanto 2016 como aquele que foi a despedida de Bowie: ‘Blackstar’, uma ode às experiências sonoras, onde palavras e melodias se juntam como numa Matrioska russa.
É um disco sombrio, como um adeus definitivo de Major Tom à Terra, liberto definitivamente para descobrir as últimas fronteiras do espaço. A esta obra de referência está muito ligado ‘The Ship’, de Brian Eno, uma metáfora sobre o ‘Titanic’, que representava uma era em que os impérios tinham atingido um nível de poder, confiança e arrogância tal que os levava a pensar que nada era impossível.
Eno compara isso com o Ocidente actual. Dois discos que também são uma profunda reflexão sobre os dias de hoje são ‘The Hope Six Demolition Project’, de PJ Harvey, e ‘Peace Trail’, de Neil Young, um dos últimos bardos da música popular. São obras que marcaram o ano.
Outros dois registos de grande qualidade foram o sombrio ‘Skeleton Tree’, de Nick Cave and the Bad Seeds, e ‘A Moon Shaped Pool’, dos Radiohead, talvez o mais melódico e acessível disco do grupo em muitos anos. Outro disco marcante foi ‘22, A Million’, de Bon Iver, onde os sons acústicos e digitais encontram uma vocalização perfeita. Outro registo que definiu o ano foi ‘Hopelessness’, o disco de Anohni, o artista outrora conhecido como Antony Hegarty.
Em Portugal especial destaque para a estreia das Señoritas. Boa música para tempos incertos.
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