page view
João Vaz

João Vaz

Redator principal

Máquina de denegar justiça

28 de agosto de 2025 às 00:30

O contacto com a máquina portuguesa de justiça constitui uma experiência perturbadora. Qualquer cidadão chamado a depor em sua defesa ou a prestar testemunho corre o risco de ver e ouvir o que nunca imaginou. Naturalmente, os códigos não são perfeitos e a sua aplicação está sujeita a muitas distorções subjetivas e até a erros crassos. A vivência pessoal de um caso comum chega, no entanto, para nos sentirmos mergulhados num processo kafkiano: a denúncia é imprecisa, o arguido alheio ao assunto, mas porque não se deve denegar justiça o processo prossegue os seus trâmites aos solavancos. Alegadamente cumpre-se a lei e não interessa que não se faça justiça. Por aplicar a lei entende-se realizar as formalidades estabelecidas que exigem muitas fotocópias com assinaturas e rubricas em série. O segredo de justiça impede a obtenção de uma cópia da denúncia, mas um inquérito indiscreto avalia a situação económica e social do arguido com vista a eventual apoio judiciário. Nada disto é novidade, mas não podemos aceitar que persista. Sem procedimentos mais transparentes e menos inoperância com o arrastar dos processos, os resultados da Justiça em Portugal serão sempre o contrário dos objetivos.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Falta quem pense

Interesses pessoais e partidários passam à frente das preocupações dos cidadãos.

O Correio da Manhã para quem quer MAIS

Icon sem limites

Sem
Limites

Icon Sem pop ups

Sem
POP-UPS

icon ofertas e descontos

Ofertas e
Descontos

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8