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Leonor Pinhão

Cronista

A todos esses objectos proporcionei uma vida útil

16 de novembro de 2025 às 00:30

Eu saio pouco e quando saio arrependo-me logo. Talvez por se aproximar o Natal, na última saída a conversa resvalou para o tema dos presentes que mais gostamos de oferecer e de receber e não tardou que se impusesse entre todos os convivas uma atitude dispensável por ser de carácter confessional. Refiro-me ao sub-tema do presente que mais gostámos de receber. Ora eu não tenho resposta para isto. Sendo 100 por cento insincera, não houve presente algum que não adorasse receber e, no entanto, é verdade. Sendo 100 por cento sincera, a resposta actualizada poderia parecer um desrespeito pelas sinceridades alheias e, no entanto, é mentira. Mas houve coisas que tive pena de não receber. O meu pai viajava muito por motivos da sua profissão e no verão de 1966 esteve uma longa temporada em Inglaterra. Pedi-lhe repetidas vezes que me trouxesse de presente umas barbatanas amarelas porque era tempo de praia e porque devo ter achado que umas barbatanas amarelas iam bem com o meu tom de pele. Enquanto numa pessoa muito branca umas barbatanas amarelas no fim das pernas só podiam sugerir, cromaticamente, uma doença galopante, num tom de pele acastanhada ficava certamente muito bem todo aquele amarelo pelo contraste produzido. O meu pai voltaria de Inglaterra sem as barbatanas e eu aceitei a derrota sem pestanejar.

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