O filão das séries sobre a história recente

Tivemos o exemplo ‘Doce’, a série que se seguiu ao filme ‘Bem Bom ‘, sobre a vida da primeira girls band portuguesa, Doce, tivemos também o exemplo ‘Variações’, em duas versões, temos tido inúmeras séries baseadas em figuras mais ou menos conhecidas e populares de diferentes áreas, da economia ao entretenimento , em séries como ‘Tony’ ou ‘Senhor Rui’ - esta última baseada na vida de Rui Nabeiro, o homem dos cafés Delta que transformou a sua terra num caso de sucesso graças às suas empresas. E tivemos, na passada semana o caso ‘O Arquiteto’, que na teoria não é inspirada em nada, mas na prática bebe da história sobejamente conhecida do escândalo das cassetes do arquiteto Tomás Taveira, que deu que falar no final dos anos 80 em Portugal. Os números de ‘O Arquiteto’ não são magníficos mas o impacto que teve é, sobretudo se pesarmos que a produção da TVI não foi divulgada e surgiu em antena de um momento para o outro, contando uma história obviamente apetitosa. O exemplo deste tipo de produção, que implica sempre maior investimento e menor retorno do que uma novela, por exemplo, mas que garante a entrada (e permanência) no novo universo da ficção, que pensa no streaming, precisa de menor número de episódios, mais ricos em conteúdo e maior cuidado de produção, é interessante de analisar. Neste capítulo, mais do que a criação, a ficção baseada em factos reais traz um público que vem da informação. Ou seja, tem futuro e é uma aposta correta.