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Miguel Azevedo

Miguel Azevedo

Jornalista

Quando o destino está traçado

13 de outubro de 2023 às 00:30

Era ainda Jorge Fernando um jovem de 16 anos que já não "equacionava fazer outra coisa a não ser estar na música" (cantava desde menino, influenciado pelo avô), quando um dia se cruzou com o do rei do fado Fernando Maurício. "Ele andava em desamor com uma fadista, contou-me a história e perguntou-me se eu queria escrever alguma coisa sobre isso", dizia-me um dia destes. E assim nasceu ‘Boa Noite Solidão’, um dos temas mais cantados da história do fado. "Lembro-me de escrever os versos desse fado sentado na cama, no meu quarto no Barreiro, e a minha mãe a chamar-me para jantar. Quando terminei mostrei ao Maurício, ele leu, olhou para mim e disse-me: Epá vou já cantar isso". Ora, é esse tema que é celebrado este sábado no teatro Tivoli em Lisboa, 50 anos depois, mas em palco estará muito mais do que um jovem, hoje com 66 anos, que um dia escreveu para o rei do fado. Em palco estará um dos compositores mais cantados da música portuguesa, a quem Amália chamava "filho", que lançou nomes como Ana Moura, Mariza, Raquel Tavares, Fábia Rebordão, Ricardo Ribeiro ou Filipa Cardoso e que até gravou com os improváveis Sam The Kid, Dino D’Santiago ou Virgul. Em palco estará um fadista à moda antiga com alma moderna que, ainda tirou um curso Geral de Administração e Comércio para agradar a mãe, mas não teve como contrariar o destino. Hoje, é ele próprio um rei, daqueles a quem nunca deram coroa nem trono e que chegou a ouvir dizer que, por acompanhar outros à viola, nunca ninguém o levaria a sério enquanto fadista.

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