A adesão foi de 90%, garantem os sindicatos. A adesão foi de 10%, garante o Governo. Não me meto em guerras de números. Fico-me pela experiência pessoal: saí para a rua, temendo um cenário urbano digno de filme apocalíptico. Deparei-me com uma quinta-feira banal. Lojas, restaurantes, cafés, bancos, escolas, universidade - tudo rolava. O trânsito também, embora mais lento: havia mais carros nas estradas. Significa isto que os portugueses não se opõem às mudanças na lei laboral? É uma hipótese: se a maioria votou à direita, seria estranho que esperasse reformas de esquerda. Ou talvez não tenham entendido o apelo a uma paralisação total quando as partes ainda mostram vontade de negociar.
Que negoceiem, então. E que, no fim, o nosso mercado de trabalho seja menos rígido - e menos injusto para quem nele quer entrar.
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