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Victor Bandarra

Victor Bandarra

Jornalista

Palavras, palavrinhas e palavrões!

04 de agosto de 2019 às 00:30

Jacinto não é rapaz de palavrinhas e paninhos quentes. Useiro e vezeiro na arte da brejeirice e do palavrão, contribui e muito para as estatísticas referentes ao vocabulário mundial. Calculam os estudiosos que, em média, uma em cada 20 palavras utilizadas diariamente é um... palavrão. Jacinto, costela tripeira, usa e abusa do c., do p., de m. e do f. Mas a sua expressão favorita é "cum carago!". O rapaz leva à letra a máxima nortenha que reza assim: "Não são palavrões, são simples adornos de fala, carago!" Jacinto tem a sua razão: há palavras que começaram por ser simples palavrinhas inócuas e, com o tempo, transformaram-se em rotundos palavrões. Rafael Bluteau, no seu ‘Vocabulário Português e Latino’ (1712), explica que "p." chegou a ser um "vocábulo honestíssimo", sinónimo de "moça puríssima e limpa". Por corruptela, a palavra terá passado a significar "prostituta" para "encobrir a fealdade do vocábulo meretriz". Também "m." tem uma longa história. Segundo alguns autores, deriva da palavra "Erda", uma localidade romana conhecida pela sua sujidade e estranhos odores. Quanto a "c.", terá origem na Península Ibérica e servia para designar um pau ou uma parte específica de um navio - a vigia ou o lugar mais alto da embarcação. Quanto a "f.-se!", Afonso Praça, no seu ‘Novo Dicionário de Calão’ (2001), cita a forma "fosga-se", interjeição alternativa e menos grosseira, a modos como Jacinto usa o seu aceitável "cum carago!"

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