Os resultados das sondagens afastaram-se dos resultados verificados nas urnas e, mesmo no único caso em que a vitória do PSD foi prevista, a soma dos desvios entre a previsão e os votos apurados foi da mesma ordem de grandeza do que nas restantes.
A última sondagem divulgada pelo Correio da Manhã não escapou a esta situação.
Compreende-se que uma sondagem é como uma fotografia de um momento e não uma cristalização do futuro, que as mudanças de última hora dos eleitores podem tornar desfocada, sobretudo quando são muito elevados os níveis de abstenção, de indecisão, ou o número de votos brancos, nulos e nos pequenos partidos, que nas últimas europeias foi muito maior do que anteriormente.
Os técnicos acrescentam que os resultados dessas eleições estão dentro dos chamados intervalos de confiança das sondagens, pelo que, de um ponto de vista estritamente científico, estas não teriam falhado nas suas previsões.
Tecnicamente, todas estas explicações são válidas, mas, para a sensibilidade do leitor comum, que "acreditou" nas previsões das sondagens, a realidade é que estas não "acertaram" e, no que nos interessa mais, o leitor do Correio da Manhã não obteve a informação rigorosa a que estamos obrigados pelo compromisso que nos une.
De algum modo, as sondagens eleitorais estão agora a ser vítimas do seu próprio sucesso anterior, pelo facto de nos terem habituado a uma quase coincidência entre as previsões e os resultados das eleições.
Não estando em causa o rigor técnico com que a Aximage realiza as sondagens que oferecemos aos nossos leitores, decidimos, com esta empresa, aumentar o tamanho das amostras das sondagens que passaremos a apresentar e aprofundar o modelo de distribuição dos eleitores indecisos, informando sempre sobre a dimensão da indecisão, a par da sua eventual distribuição pelos diversos concorrentes.
Sendo certo que nas sondagens há sempre uma probabilidade de erro entre previsões e realidade, o nosso propósito com estas medidas é o de diminuir essa probabilidade, pois o mais importante é podermos continuar a merecer a confiança dos leitores que escolhem a informação do maior jornal diário português.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Em votantes a coisa equilibra, em votos o caldo parece mesmo entornado
Governo mostra ser incapaz de valorizar ação social para lá dos atos pontuais.
O reatar dos testes nucleares americanos foi a "pedrada no charco"!
Milhões da Europa ainda não chegaram para pôr Portugal a voar.
Factualmente, a verdade é que temos assistido a uma deterioração do respeito pelas instituições em particular pelas Polícias.
Talvez a boa questão seja, afinal: como apresentar os melhores argumentos de forma apaixonada? Como infiltrar paixão na argumentação? Eis o grande objetivo de um bom político.