Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoPara apagar o fogo político e os danos de imagem que o governo sofreu com o inferno dos incêndios Luís Montenegro resolveu quinta-feira anunciar um pacote, a quente. Entre as 45 medidas consta o “reforço dos cuidados de saúde nas zonas afetadas”. O primeiro-ministro afirmou que esse reforço abrange a “isenção de taxas moderadoras e a dispensa gratuita de medicamentos pelas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, sem adiantar mais detalhes. Na sequência deste anúncio, a antiga ministra da Saúde, Marta Temido, lembrou que já há isenção das taxas de moderadoras em todo o País, desde 2022, "salvo urgências não referenciadas" . Temido disse que estremeceu ao ouvir o anúncio de Luís Montenegro e todos nós temos razões para temer com o amadorismo e a falta de rigor da equipa governativa.
Na sequência polémica o Ministério da Saúde já esclareceu que a isenção anunciada de taxas moderadoras nas urgências é para “doentes não referenciados” através de uma unidade de saúde. O diabo está sempre nos detalhes a e máquina política do governo está a cometer demasiados erros e parece perder a cabeça. Já na festa do Pontal o primeiro-ministro tinha anunciado, no âmbito da reforma do Estado, a criação do serviço “perdi a carteira” onde se poderá tratar de todos os documentos de uma só vez. Acontece que este serviço já existe e está em funcionamento na Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa, há anos e em 2024 foi anunciado que iria ser alargado a todo o País. Se o governo não tiver mais cuidado com o rigor da sua ação, vai perder mais do que a carteira.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Montenegro não pode colocar-se à margem do que se passa na Saúde.
Mais de 80% da riqueza está concentrada em menos do 20% do território.
Vitória de Zohran Mamdani em Nova Iorque vai polarizar ainda mais o partido democrata.
Juíza empurrou defesa de Sócrates para episódio caricato.
Mesmo que tivesse sete vidas políticas, a ministra da Saúde já as desperdiçou todas.
Ficamos a saber o que a ministra pensa sobre o valor da vida das “recém-chegadas a Portugal" .