Coligação deixa Rangel isolado
Eurodeputado usou detenção de Sócrates para elogiar a Justiça.
As declarações do eurodeputado do PSD Paulo Rangel, a elogiar o ataque "sério" à corrupção e promiscuidade, aludindo ao caso da detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates e à investigação do caso BES, levantaram o debate sobre a política de casos em campanha eleitoral. O PSD procurou ontem isolar as posições do eurodeputado, através de Marco António Costa: "Não há nenhuma matéria de Justiça que mereça comentários."
Dentro do PSD e do CDS, as opiniões convergem num ponto: Paulo Rangel tem espaço próprio para emitir opinião, não vincula a coligação e está a ser coerente com o que já disse no passado.
No discurso de sábado, o primeiro-ministro preferiu justificar as declarações de Rangel a distanciar-se. "Creio que o doutor Paulo Rangel se estava a referir, no essencial, ao clima que se vive e que não decorreu apenas de medidas que tivessem sido tomadas por este Governo, mas que tem permitido que os cidadãos avaliem o funcionamento da Justiça de uma forma mais positiva", declarou Pedro Passos Coelho em Penafiel.
Já em 2009, na altura das eleições legislativas, o PSD levantou o tema da "claustrofobia democrática". Uma estratégia sem resultados e que também teve o dedo de Rangel. O assunto poderá voltar à discussão, até porque o CDS organiza a sua escola de quadros de quinta-feira a domingo, em Ofir. Os 120 alunos vão avaliar o programa do PS.
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