Mariana Mortágua pede reação da comunidade internacional ao ataque à flotilha

Coordenadora do Bloco de Esquerda destacou que nenhuma tentativa de intimidação será bem sucedida.

09 de setembro de 2025 às 08:31
Mariana Mortágua integra Flotilha para Gaza
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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, pediu esta terça-feira uma reação da comunidade internacional ao ataque ao barco de bandeira portuguesa que integra a flotilha humanitária, sublinhando que nenhuma tentativa de intimidação será bem sucedida.

"Era muito importante, também, que houvesse uma reação por parte da comunidade internacional. Eu recordo que a bordo deste barco, no momento do ataque, estava um cidadão português, o Miguel Duarte, juntamente com outros cidadãos não armados, civis, que queriam apenas levar ajuda humanitária [a Gaza], e que este barco tem bandeira portuguesa", disse à Lusa a Mariana Mortágua, que integra a missão.

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Em declarações à Lusa a partir do porto de Tunes, na Tunísia, onde os barcos da flotilha fizeram uma paragem para se juntarem a outras delegações e também para reabastecerem os tanques e preparar o resto da viagem, Mariana Mortágua disse que o ataque, que ocorreu de noite, aconteceu após a troca de turnos de vigia que os ocupantes dos barcos fazem porque "noutras missões anteriores já houve casos de ataques com drones ou de sabotagem dos barcos".

"Ontem [segunda-feira] eu, a Sofia [Aparício] e a tripulação ficámos a bordo do barco e os restantes participantes vieram até a terra e depois trocámos e o Miguel [Duarte] foi para o barco (...) e foi nesse momento, durante a noite, que um drone surgiu e lançou um dispositivo incendiário que espoletou um incêndio, que foi controlado pela ação dos tripulantes e dos passageiros que estavam a bordo, com extintores, com graves riscos para todos, mas felizmente controlados", explicou.

Em declarações ao NOW, esta terça-feira, Mariana Mortágua disse que a tripulação não teve nenhum contacto por parte do Governo português após o ataque e reitera que não receberam qualquer tipo de apoio além do "estritamente obrigatório para uma missão desde género".

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"Esta missão está a fazer aquilo que os governos deviam fazer e não fazem", afirmou a coordenadora do Bloco de Esquerda, mantendo o compromisso para com a missão humanitária. 

O barco atacado foi o 'Family Boat' (Barco da Família), com bandeira portuguesa e que transporta elementos portugueses participantes na ação humanitária de apoio aos palestinianos na Faixa de Gaza, assim como membros do Comité Diretivo da organização.

A Flotilha Global Sumud - que significa resiliência, em árabe -, que pretende ser "a maior missão humanitária da história" com o território palestiniano de Gaza, zarpou no domingo de Barcelona.

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Entre os portugueses a bordo deste barco estão a coordenadora do BE, a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.

Mariana Mortágua disse igualmente que a flotilha tem vários barcos a precisar de ser reabastecidos e, como alguns são barcos muito grandes, "as operações são complexas".

Adiantou ainda que, tendo em conta a previsão de mau tempo, a partida terá de ser adaptada, mas a flotilha deverá sair de Tunes na quarta ou na quinta-feira.

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As forças israelitas têm em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou mais de 64.600 mortos no território governado pelo Hamas desde 2007.

A ofensiva seguiu-se ao ataque do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

Israel, que anunciou uma operação para tomar a cidade de Gaza, no norte do enclave, tem sido acusado de genocídio e de usar da fome como arma de guerra, que nega.

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A ONU declarou em agosto uma situação de fome no norte de Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.


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