PCP diz ficar surpreendido com "necessidade constante" do PS de alinhar com Governo

Paulo Raimundo considerou que o PS, ao procurar alinhar-se com um Governo, liberta o Chega de assumir as suas responsabilidades".

29 de setembro de 2025 às 19:14
Paulo Raimundo, PCP Foto: António Pedro Santos/Lusa
Partilhar

O secretário-geral do PCP afirmou, esta segunda-feira, ficar surpreendido com a "necessidade constante" do PS de "alinhar com o Governo", referindo-se à lei dos estrangeiros, e considerou que, ao fazê-lo, "liberta o Chega de assumir as suas responsabilidades".

"O que eu fico surpreendido é com uma necessidade constante [do PS] de encontrar sempre caminhos para alinhar com as opções de fundo do Governo. Isso é que eu fico surpreendido e é coisa que o PS -- acho eu, mas isso é com eles -- não precisaria de fazer", afirmou Paulo Raimundo.

Pub

O secretário-geral do PCP falava aos jornalistas durante uma arruada da CDU em Oeiras, após ter sido questionado se ficou surpreendido com o facto de o secretário-geral do PS ter admitido que "não há uma grande distância" entre o partido e o Governo sobre a lei dos estrangeiros.

Paulo Raimundo considerou que o PS, ao procurar alinhar-se com um Governo, cria um "aspeto negativo: liberta o Chega de assumir as suas responsabilidades".

No entanto, o secretário-geral do PCP não quis pronunciar-se em concreto sobre um potencial entendimento entre o PS e o PSD na lei dos estrangeiros, frisando que são "decisões de outros" partidos, que não comenta, e trata-se de "arrumações em torno de aspetos concretos".

Pub

"É a arrumação em torno da lei dos imigrantes, é a arrumação em torno do pacote laboral, é a arrumação em torno do Orçamento do Estado que já falámos. São arrumações diferenciadas, mas onde todos -- em particular o PS e o Chega -- parece que continuam naquele movimento de cotoveladas para ver quem é o parceiro ideal do Governo", referiu, frisando que quem "alinhar com o Governo" terá de "assumir as suas responsabilidades".

Questionado, contudo, sobre como é que vê uma associação do PS a uma lei que já considerou ter contornos reacionários, Paulo Raimundo diferenciou a lei dos estrangeiros que foi aprovada em julho na Assembleia da República e chumbada pelo Tribunal Constitucional, e que considerou ter "contornos reacionários", com a que está atualmente a ser elaborada.

"Eu não conheço o texto da nova [lei], sinceramente não conheço. E, portanto, não levem a mal, mas não farei nenhum comentário sobre o texto da supostamente nova lei, porque eu não a conheço", disse.

Pub

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, anunciou, esta segunda-feira, que o partido vai propor alterações à nova lei dos estrangeiros para a melhorar, admitindo que "não há uma grande distância" em relação à proposta do Governo, mas que não houve diálogo.

A Assembleia da República reaprecia esta terça-feira, em plenário, na generalidade, especialidade e votação final global, as novas propostas de alteração à lei de estrangeiros, depois de este diploma ter chumbado no Tribunal Constitucional.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar