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"2022 foi mais um ano perdido": PSD reage às mudanças no Governo

Montenegro afirma que António Costa é o único responsável da instabilidade governativa em Portugal.

02 de janeiro de 2023 às 18:03

Luís Montenegro afirmou que "2022 foi mais um ano perdido" em termos governativos.

O líder do PSD diz que António Costa é o único responsável da instabilidade governativa em Portugal e que "sozinho, voluntária e inexplicavelmente" desmereceu a oportunidade única que lhe foi dada pelo povo português de de governar com maioria absoluta.

"O problema destes 11 meses não foram apenas os casos, mas que esses casos são graves e já vimos que são defeitos de fabrico dos governos de António Costa", acrescentou Montenegro.

Os sociais-democratas frisaram ainda que vão continuar a lutar "pelo escrutínio e fiscalização do governo" e não vão permitir que o PS habitue os portugueses "à pobreza e falta de oferta e qualidade dos serviços públicos".

"Por este caminho, os portugueses é que vão habituar António Costa à ideia de deixar de ser primeiro-ministro", afirmou o líder do PSD.

Questionado como votará o PSD a moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal, Luís Montenegro remeteu para terça-feira o anúncio da posição do partido, revelando que vai reunir a Comissão Política, ao início da tarde, e que participará na reunião do grupo parlamentar, ao final do dia.

Apesar de fazer um diagnóstico muito crítico do Governo liderado por António Costa -- que disse normalizar "um padrão de meias verdades e meias mentiras" -, o presidente do PSD disse concordar com o Presidente da República, que já excluiu a possibilidade de eleições antecipadas.

"Estamos totalmente de acordo, este não é tempo para abrirmos uma crise política em cima de uma crise social que atinge fortemente empresas e famílias", disse.

Luís Montenegro assegurou que o PSD "não tem pressa de ir para o Governo", mas avisou que "o país tem pressa de ter um bom Governo".

"Os portugueses não querem e não gostam de interrupções de legislatura, mas se essa hora chegar estaremos preparados e não faltaremos a Portugal", assegurou.

Na sua declaração inicial, Luís Montenegro considerou que 2022 foi "inesperadamente um ano de brutal instabilidade governativa", acusando o PS de estar a desperdiçar a maioria absoluta que conseguiu nas urnas de forma "irresponsável e inexplicável".

"O PSD respeita integralmente a vontade popular, não somos nós que temos desviado as atenções do país, para gaffes, imoralidades ou para a prepotência dos membros do Governo do primeiro-ministro", considerou.

Para Luís Montenegro, "a crise governativa só tem um responsável, chama-se António Costa e tem cúmplices: o seu partido, os seus acólitos e os indisfarçáveis aspirantes a sucessores".

"Os casos escondem um defeito de fabrico bem mais fundo e prejudicial dos Governos de António Costa: a incapacidade de transformar e reformar, uma governação de truques e habilidades, uma postura arrogante e de normalização de meias verdades e meias mentiras como padrões de intervenção do Governo e do primeiro responsável que é o primeiro-ministro", afirmou.

Montenegro assegurou que o PSD não dará "um segundo de descanso" na fiscalização ao Governo e "não se habituará à sua vertigem absolutista ou a silenciar e desvalorizar casos e omissões".

O primeiro-ministro, António Costa, propôs esta segunda-feira os atuais secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação.

Pedro Nuno Santos demitiu-se das funções de ministro das Infraestruturas e da Habitação na passada quarta-feira à noite para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis.

A demissão de Pedro Nuno Santos foi a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a 11.ª a atingir um membro do executivo socialista de maioria absoluta.

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