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Embaixadora dos EUA alerta para aumento do antissemitismo em Portugal

Diplomata sente que também em Portugal existem comportamentos hostis contra pessoas de origem judaica, em certos casos "um discurso negativo, de ódio".

10 de janeiro de 2024 às 20:24

A embaixadora dos Estados Unidos da América em Portugal, Randi Charno Levine, alertou esta quarta-feira para o que considera ser o aumento do antissemitismo na Europa, e também em Portugal, defendendo o diálogo entre diferentes comunidades.

"O crescimento do antissemitismo na Europa deve ser um sinal de alerta para toda a gente e, infelizmente, acho que aconteceu muito rapidamente", disse hoje Levine, na Covilhã, depois de sublinhar que "a desestabilização no Médio Oriente é uma preocupação para toda a gente".

Em visita a Belmonte e à Covilhã, no distrito de Castelo Branco, a diplomata apresentou-se como "uma mulher judia americana", que sente que também em Portugal existem comportamentos hostis contra pessoas de origem judaica, em certos casos "um discurso negativo, de ódio".

Levine deslocou-se a Belmonte - onde se concentra uma comunidade judaica e visitou o Museu Judaico e a sinagoga da vila, acompanhada do rabino local - e depois à Covilhã, onde também existe a zona da antiga judiaria e quis conhecer a história dos lanifícios.

"Seguir a história dos judeus em Portugal é importante para mim, particularmente agora, por causa do crescimento do antissemitismo global, incluindo na Europa", frisou Levine.

A diplomata enfatizou que, desde que desempenha funções em Portugal, tem promovido a interação com representantes de diferentes religiões e salientou que é importante essa comunicação com outros elementos da comunidade.

"Eu sou uma mulher judia, tenho muito orgulho das minhas origens. Cheguei aqui, participei, organizei diálogos inter-religiosos em minha casa, convidei pessoas da comunidade indiana, da comunidade muçulmana e acho que não deve ser com receio que combatemos o discurso de ódio", vincou a diplomata.

Na Câmara da Covilhã, onde foi recebida pelo presidente, Vítor Pereira, a embaixadora destacou a "ponte entre o antigo e o moderno" que encontrou nas duas localidades que visitou e que lhe permitem "aprender mais sobre a história".

"É maravilhoso para mim ver que há quem preserve a história dos judeus, da marca que deixaram em Portugal e honrem essa história", enalteceu Randi Charno Levine.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está a fazer um périplo pelo Médio Oriente, numa altura em que existem receios de agravamento da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas e de um conflito regional.

Nas suas reuniões com responsáveis israelitas, Blinken tem previsto abordar os esforços de Telavive para garantir que os ataques de 07 de outubro não voltem a acontecer, bem como os planos de transição para a próxima fase de operações na Faixa de Gaza e as medidas que podem ser tomadas para melhor proteger os civis e "permitir que os palestinianos retornem às suas casas e bairros à medida que os combates diminuem".

A libertação dos reféns ainda nas mãos do Hamas será outro ponto na agenda, bem como a forma como os intervenientes na região podem usar a sua influência para evitar uma escalada do conflito.

A posição de Washington é delicada, atendendo a que os Estados Unidos são o principal parceiro militar de Israel, e rejeitam um cessar-fogo exigido veementemente pela generalidade da comunidade internacional e, em particular, pelos países árabes.

Os Estados Unidos não se opõem, no entanto, a pausas humanitárias como a que ocorreu em novembro, permitindo a libertação de reféns detidos pelo Hamas e o acesso de ajuda ao enclave palestiniano.

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