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PS propõe rever modelo de avaliação dos juízes entre as 15 medidas para reformar justiça

Propostas são divulgadas pelo partido por ocasião do início do ano judicial.

01 de setembro de 2025 às 14:00

O PS propôs, esta segunda-feira, 15 medidas para reformar a justiça, como a revisão do modelo de avaliação dos juízes e magistrados e do estatuto dos oficiais de justiça, e pediu entendimentos nesta matéria "entre os principais partidos democráticos".

"A resolução das várias dificuldades identificadas na organização do sistema de justiça, que se arrastam ao longo dos últimos anos, é uma meta primordial da intervenção política do PS", pode ler-se numa nota do PS enviada à agência Lusa.

Estas 15 propostas são divulgadas pelo PS por ocasião do início do ano judicial, considerando o partido liderado por José Luís Carneiro que é "urgente encontrar entendimentos entre os principais partidos políticos democráticos com vista à implementação de reformas" no setor.

Os três pilares desta reforma são a organização do sistema judiciário e reforma do modelo de governação da justiça, a qualificação do funcionamento e a gestão da administração judiciária e ainda reformas processuais.

Quanto à organização do sistema, o PS quer descentralizar as competências dos órgãos centrais do Ministério da Justiça nos órgãos de gestão das Comarcas Judiciais, além de apostar na digitalização e nas ferramentas de Inteligência Artificial.

A revisão do modelo de inspeção e avaliação de mérito profissional dos juízes e magistrados "de forma a permitir uma efetiva diferenciação de desempenho, baseada em critérios objetivos, como a duração média de processos ou a taxa de decisões confirmadas em recurso" é outra das medidas.

O PS propõe ainda reforçar os mecanismos de controlo e avaliação da qualidade do serviço prestado pelo sistema judicial e rever o Estatuto dos Oficiais de Justiça garantindo a valorização de carreiras.

No pilar da qualificação do funcionamento da administração judiciária, as propostas dos socialistas são a reformulação do estatuto dos administradores judiciários e a criação de um novo modelo de organização e funcionamento das secretarias judiciais "assente em procedimentos desburocratizados e suportados em ferramentas tecnológicas".

O reforço dos meios humanos e técnicos das secretarias judiciais, a introdução de um modelo de gestão das secretarias judiciais e organização de um modelo "flexível, integrado e compartilhado de gestão de salas de audiência em cada comarca" são outras das medidas.

Finalmente, no pilar sobre reformas processuais, o partido liderado por José Luís Carneiro quer rever o sistema de acesso à justiça para garantir "a todos os cidadãos condições efetivas de acesso à defesa dos seus direitos nos tribunais, bem como adotar "mecanismos de simplificação e aceleração processual".

O PS propõe ainda alterar o sistema processual penal compatibilizando "a celeridade das decisões judiciais com a garantia efetiva do direito de defesa dos cidadãos", além de introduzir penalidades agravadas para má conduta processual.

Os socialistas pretendem também alterações legislativas no sistema processual dos Tribunais Administrativos e Fiscais "com a introdução de mecanismos de simplificação processual de forma a controlar atual morosidade processual" e o aperfeiçoamento do sistema vigente de justiça arbitral.

"O PS defende, por isso, a celebração de um Compromisso para a Justiça, bem como a criação de um Conselho Consultivo da Justiça, que contribuirá para a monitorização e implementação de reformas no sistema judicial, com a participação de todos os agentes do setor, e debatida de forma transparente com os cidadãos e os seus representantes", propõe.

O objetivo do PS com esta reforma é assegurar a confiança no sistema de justiça, não descurar as garantias dos cidadãos e prevenir e combater a criminalidade, "especialmente nas suas formas mais complexas" como a criminalidade económico-financeira, o flagelo da corrupção e crimes conexos, a fraude, a evasão fiscal, além de melhorar a eficiência do Ministério Público e contribuir para o desenvolvimento económico do país.

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