Para a vereação socialista, a proposta de orçamento municipal de Lisboa para 2026 "representa uma opção política errada para a cidade".
O PS na Câmara de Lisboa anunciou esta segunda-feira que vai votar contra a proposta de orçamento municipal para 2026, apresentada pela liderança PSD/CDS-PP/IL, que governa sem maioria absoluta, enquanto o Chega mantém o sentido de voto "em aberto".
Para a vereação socialista, a proposta de orçamento municipal de Lisboa para 2026 "representa uma opção política errada para a cidade", porque não responde à crise da habitação, reduz investimento em áreas críticas, adia soluções na escola pública, na saúde e nos equipamentos sociais e carece de visão estratégica para uma capital europeia.
"Por estas razões, os vereadores do Partido Socialista votarão contra este orçamento", antecipam os socialistas, em comunicado.
Em reação, o presidente do executivo municipal, Carlos Moedas (PSD), diz que "não é compreensível" que o PS decida votar contra um orçamento que ainda não foi apresentado nem discutido em reunião de câmara, considerando que esta posição reflete "o radicalismo do PS de Lisboa" e, sobretudo, que "os lisboetas não podem contar com o PS".
O partido Chega, que é a segunda principal força da oposição, a seguir ao PS, ainda não decidiu qual o sentido de voto à proposta orçamental para o próximo ano, esperando que a liderança PSD/CDS-PP/IL ainda dê algumas explicações durante a reunião do executivo municipal para votar o orçamento, agendada para quarta-feira.
"Para já, entendemos que há aspetos positivos no orçamento que vão ao encontro daquilo que são as políticas do Chega e daquilo que nós propusemos no programa eleitoral para a cidade, e há outras que dão continuidade àquilo que nos levou, nos últimos anos [na Assembleia Municipal], a votar contra, mas resta saber se isso depois vai ser ou não implementado", afirma o vereador do Chega Bruno Mascarenhas, em declarações à Lusa.
Sobre o anunciado voto contra do PS, Bruno Mascarenhas avisa que o Chega não se deixa condicionar pelo sentido de voto dos outros vereadores, mas sim consoante a inclusão das suas posições na proposta orçamental da equipa do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD): "Se virmos vertidas as nossas posições, então aí temos condições para apoiar. Evidentemente não conseguimos estar de acordo em tudo. Não é possível estar de acordo em tudo. São partidos diferentes, são visões ideológicas diferentes, mas temos de pensar, sobretudo, na cidade e nos lisboetas."
O Chega destaca, como pontos positivos do orçamento, a ideia de continuar a melhorar os processos de decisão no urbanismo e diminuir os tempos de licenciamento, assim como a construção de creches, obras em escolas e apoio à família, ainda que considere [estes pontos] "muito aquém" do necessário.
Como pontos negativos, o partido de extrema-direita critica a "deriva ideológica relativamente às alterações climáticas", considerando "completamente disparatado", por questões de eficiência e de custos, a proposta de tornar a frota da Carris 100% verde em 2030.
Subscrita pela liderança PSD/CDS-PP/IL, a proposta de orçamento municipal para 2026, no valor de 1.345 milhões de euros (ME), ligeiramente inferior aos 1.359 ME previstos para este ano, deverá ser votada pela câmara na quarta-feira, dia 17 de dezembro, e pela Assembleia Municipal no dia 13 de janeiro.
No anterior mandato (2021-2025), também sob presidência de Carlos Moedas (PSD), que já governava sem maioria absoluta, a vereação do PS viabilizou os quatro orçamentos da liderança PSD/CDS-PP, ao abster-se, justificando o sentido de voto como "exemplo de responsabilidade e maturidade democrática", enquanto a restante oposição, inclusive Livre, BE e PCP, votou contra. O Chega e a IL - que agora integra a equipa de Moedas - não tinham representação no executivo municipal, ambos tinham apenas eleitos na Assembleia Municipal.
Liderada pela socialista Alexandra Leitão, a atual vereação do PS justifica o sentido de voto contra a proposta de orçamento municipal para 2026 com os dados globais de que a despesa corrente aumenta 12,8% e o investimento municipal diminui 22,7%.
"Num contexto de forte pressão social -- crise da habitação, degradação do parque escolar, envelhecimento da população e exigência crescente sobre os serviços públicos locais --, o orçamento reduz de forma significativa o investimento estrutural e privilegia a despesa corrente", expõe o PS, realçando que para 2026 se prevê o corte de cerca de 40% no investimento em habitação, menos aproximadamente 68 ME face a este ano.
Este é o primeiro orçamento municipal do atual mandato (2025-2029) proposto pela nova gestão PSD/CDS-PP/IL, sob presidência do reeleito Carlos Moedas (PSD), que continua a governar Lisboa sem maioria absoluta.
Atualmente, o executivo, que é composto por 17 membros, integra oito eleitos da coligação PSD/CDS-PP/IL, que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta. Na oposição estão quatro vereadores do PS, dois do Chega, um do Livre, um do BE e um do PCP.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.