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António Costa, o homem que "brilhou como nunca" com a geringonça mas que foi "devorado por um carrossel de escândalos"

Imprensa espanhola destaca político como um "recorde ibérico" por ter sido o que mais tempo permaneceu no poder no Séc XXI.

31 de março de 2024 às 20:11

"Um dos governantes ibéricos mais importantes do período democrático", assim é visto António Costa pelo jornal espanhol La Vanguardia, num balanço feito sobre o legado deixado, oito anos e quatro meses depois, pelo político da Península Ibérica que mais tempo permaneceu no poder no Séc XXI.

Na próxima terça-feira, António Costa abandona, oficialmente, o cargo de primeiro-ministro em Portugal. Passa a pasta ao opositor, Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática que ganhou, a 10 de março, as eleições legislativas.

O legado de Costa é, de acordo com o jornal, paradoxal. Se por um lado, considera que António Costa "brilhou como nunca" ao comando da geringonça, coligando-se com partidos à esquerda, por outro, afirma que o primeiro-ministro cessante foi "devorado pela inesperada maioria absoluta", conquistada pelo partido socialista em 2022. 

"De imediato, tornou-se num carrossel de escândalos e de queda de altos membros do seu gabinete, incluindo o do seu principal antagonista interno, que acabou por se tornar o seu sucessor, Pedro Nuno Santos, agora o novo chefe da oposição. Com a maioria absoluta, as vacas voadoras de Costa começaram a cair como moscas. A metáfora dos bovinos a voar pelos céus foi o grande emblema do primeiro-ministro cessante. O seu lema era que 'até a coisa mais improvável, como as vacas voarem, pode não ser verdade. Até as vacas podem voar'".  

La Vanguardia faz referência ao envolvimento do político na 'Operação Influencer', tornada pública a 7 de novembro de 2023, que levou à demissão do político e, segundo a mesma fonte, ao fim do "brilhante futuro na Europa" e aumento da tensão da sua relação com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Apontado pelo jornal, o principal feito de António Costa é o excedente orçamental das contas do Estado português, 1,2% do PIB, e a redução de quase um quarto da dívida pública.

Apesar de mencionar a popularidade do político, reafirma que Costa deixa um "País com um profundo mal-estar social" e que a queda do Governo foi mote para o crescimento do partido Chega, liderado por André Ventura.

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