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"Pelas razões referidas, não respondo": A única resposta de Nuno Rebelo de Sousa às questões da CPI

Filho de Marcelo Rebelo de Sousa foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras.

03 de julho de 2024 às 14:10
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'Pelas razões referidas, não respondo': A única resposta de Nuno Rebelo de Sousa às questões da CPI

O filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas, em 2020, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Nuno Rebelo de Sousa marcou presença por videoconferência. Numa carta enviada ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito deputados garantiu que não iria responder a perguntas durante a CPI, exercendo o "direito ao silêncio".

O PSD quis chamar a atual companheira do filho do presidente da República na comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras. "Há um email onde nos apareceu em copia um endereço de email que nos deixou dúvidas", explicou António Rodrigues, do PSD. Por isso, o partido quer ouvir "a pessoa que hoje vive com o Dr Nuno Rebelo de Sousa".

A comissão de Inquérito aprovou a audição da atual companheira do filho do Presidente da República, assim como a audição do ex-ministro dos negócios estrangeiros, Augusto Santos Silva e da ministra da justiça na altura, Francisca Van Dunem. Nenhum partido votou contra aos pedidos de audições.

Na semana passada, o Grupo Parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) requereu a audição do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva.

Na sequência do requerimento da IL, o líder do Chega, André Ventura, pediu para acrescentar o nome da ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem, que tutelava a pasta da Justiça à data dos factos.

Ouvido em videoconferência, Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, garantiu que vai ficar em silêncio.

"Assim, todas e quaisquer perguntas admissíveis e legítimas no âmbito desta Comissão, considerando o seu objeto, só podem dizer respeito ao mesmo objeto do processo-crime, naturalmente": "Exercerei o meu direito ao silêncio", afirmou Nuno Rebelo de Sousa.

A deputada Joana Cordeiro, da Iniciativa Liberal, lamentou que o filho do Presidente da República se mantenha em silêncio e afirmou que este se "escondeu, refugiado na lei" e acusou-o de ser cobarde.

Nuno Rebelo de Sousa continuou sem prestar esclarecimentos.

"Pelas razões referidas, não respondo", afirmou o filho do Presidente da República.

João Almeida, do CDS-PP, solicitou que Nuno Rebelo de Sousa se apresenta-se. E pediu esclarecimentos sobre a atividade profissional do mesmo.

O filho de Marcelo Rebelo de Sousa apresentou-se e esclareceu que não tem qualquer outra atividade profissional para além de ser diretor da EDP Brasil, empresa para a qual trabalha desde 2011.

João Almeida perguntou se Nuno Rebelo de Sousa tem alguma relação com Daniela Martins ou António Lacerda Sales que o impeça de responder. O inquerido optou por não responder.

O deputado do CDS-PP pediu que fique registado em ata que o inquirido se recusou a responder a este tema e que "desobedeceu a uma obrigação de qualquer testemunha".

António Rodrigues, do PSD, considerou que a situação está "quase no domínio da comédia".

O representante do PSD lembrou que as audições já subiram para mais de 50 e que isto acontece porque estão a tentar "saber o fio de toda a história".

"A Comissão não está aqui para condenar, mas sim para apurar factos", afirmou o deputado do PSD.

João Paulo Correia, do PS, disse que Nuno Rebelo de Sousa teria "muito a ganhar" se prestasse esclarecimentos.

"Esse silêncio não vem esclarecer. Vem adensar as dúvidas e contradições que foram trazidas para este processo, que tem como protagonista o senhor Nuno Rebelo de Sousa", disse o deputado.

João Paulo Correia acusou Nuno Rebelo de Sousa de ser um "facilitador de negócios e lobista".

André Ventura, do Chega, afirmou que Nuno Rebelo de Sousa "criou um enorme problema na imagem de Portugal, do Presidente da República e do Governo".

"Isto que temos aqui é uma teia diabólica para os órgãos de soberania portugueses", considerou André Ventura.

Durante a segunda ronda de perguntas apenas o Chega quis questionar Nuno Rebelo de Sousa que, assim como na primeira ronda, não respondeu.

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